Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6), para protestar contra o processo judicial enfrentado pelo ex-mandatário e para pedir anistia aos envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília. O evento acontece em meio a debates sobre anistia aos atos de 8 de janeiro, tema que divide opiniões no cenário político.
A manifestação, que começou por volta das 14h, teve como foco o apoio ao projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, buscando conceder anistia aos condenados pelos atos golpistas.
Durante o evento, Bolsonaro discursou em defesa de pessoas como a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por participação no ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e acusada de pichar a estátua “A Justiça” com batom. Manifestantes, vestindo verde e amarelo, exibiram batons em apoio a Débora, que teve prisão domiciliar concedida recentemente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga Débora por suspeita de apagar provas e obstruir investigações relacionadas aos atos de janeiro.
Bolsonaro afirmou acreditar que, se estivesse no Brasil no dia dos ataques, teria sido preso. "Algo me avisou. Se eu estivesse no Brasil, teria sido preso e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado", declarou o ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o final de 2022.
O ex-presidente também comentou sobre a ausência de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do cargo e se mudou para os EUA, alegando perseguição política. "Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá", disse, referindo-se a uma possível pressão internacional sobre o governo brasileiro.
O evento contou com a presença de governadores como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Junior (Paraná), além de outras figuras políticas como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
O Monitor do Debate Político do Cebrap, em parceria com a ONG More in Common, estimou que o ato reuniu cerca de 44,9 mil manifestantes. A contagem foi realizada por meio de análise de imagens aéreas capturadas por drones, utilizando um software de inteligência artificial para identificar e marcar as cabeças das pessoas. A metodologia utilizada possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos.
A análise foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. Fotos foram tiradas em três horários diferentes, totalizando 47 imagens. Nove fotos tiradas às 15h44, momento de pico da manifestação, foram selecionadas para a contagem.
O método utilizado para contagem foi o Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, e pela empresa Tencent.
O software foi treinado com um dataset anotado de fotos de multidões da Universidade de Xangai e outro com imagens brasileiras da Universidade de São Paulo.
Apesar de sua participação no protesto, Bolsonaro enfrenta um longo processo judicial. Ele foi declarado inelegível por oito anos devido a um incidente com embaixadores estrangeiros em 2022, no Palácio da Alvorada, quando desacreditou o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas. Além disso, Bolsonaro é réu em um processo por tentativa de golpe, juntamente com outros sete acusados, e pode ser condenado à prisão, conforme a denúncia aceita pelo STF Julga Denúncia Contra Bolsonaro e Sete Outros por Tentativa de Golpe de Estado no mês passado.
*Com informações de Agência Brasil e g1
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