O helicóptero da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte (RN), utilizado no transporte do ex-presidente Jair Bolsonaro para um hospital em Natal, realizou pelo menos 20 operações de apoio aeromédico ao longo de 2024. A informação foi divulgada pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), órgão responsável pelas aeronaves do estado.
Além das operações aeromédicas, as aeronaves do estado foram empregadas em nove missões de transporte de órgãos para transplante. De acordo com o Ciopaer, os helicópteros também são utilizados em operações de segurança pública, salvamento aquático e outras funções.
Segundo o coronel Eduardo Franco, comandante do Ciopaer, a última operação de apoio aeromédica antes do transporte de Bolsonaro ocorreu duas semanas antes, quando um paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi transferido de Mossoró para Natal.
“Basta o contato da Secretaria de Saúde pedindo apoio e nossa equipe está de prontidão. No caso do transporte de órgãos, o atendimento tem que ser mais rápido ainda, porque eles têm prazo curto para chegar”, afirmou o comandante.
O Ciopaer conta com dois helicópteros e uma equipe de aproximadamente 40 profissionais, incluindo comandantes, co-pilotos, operadores aerotáticos (tripulantes) e pessoal de apoio em solo.
De acordo com o coronel Franco, as aeronaves são “multipropósito, que atuam desde salvamento aquático, resgate em altura, socorro aeromédico, combate a incêndios, bem como atividade de segurança pública, enfrentamento a criminalidade e transporte de órgãos”.
Um relatório do Ciopaer, obtido pelo g1, detalha que a maior parte dos voos das aeronaves em 2024 foi destinada a ocorrências policiais (55) e patrulhamentos preventivos (44). Adicionalmente, foram registrados 12 combates a incêndio, 10 salvamentos aquáticos, 10 buscas marítimas ou terrestres e o atendimento a uma ocorrência com refém. Em quatro ocasiões, os helicópteros foram utilizados em situações de rebelião ou fuga de presos. A propósito, a PF indicia 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado.
As aeronaves também foram utilizadas para filmagens, trabalhos de inteligência, treinamentos e manutenções. Veja também: o STF mantém Moraes na relatoria de inquéritos contra Bolsonaro com voto de Nunes Marques.
O incidente com Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro sentiu-se mal em Tangará, a 98 km de Natal, e foi levado de carro para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz. Após o atendimento inicial, ele foi transferido de ambulância para o estádio municipal de Santa Cruz, onde embarcou no helicóptero da Secretaria de Segurança Pública do RN, sendo levado para o Hospital Rio Grande, em Natal. O embarque ocorreu às 9h30. Recentemente, Lula rebateu Bolsonaro após STF torná-lo réu por tentativa de golpe: ‘Caia na realidade’.
O helicóptero pousou no Hospital Walfredo Gurgel (única unidade de saúde com heliporto no estado) às 10h54, e Bolsonaro foi levado de ambulância ao Hospital Rio Grande, chegando à unidade às 11h10. Outro evento relacionado foi o Ato de Bolsonaro na Paulista reúne apoiadores e pede anistia para envolvidos no 8 de Janeiro.
Bolsonaro estava no RN para participar de um evento partidário e visitar municípios e obras do governo federal que receberam recursos durante sua gestão. O evento foi cancelado devido ao incidente.
No dia seguinte, um boletim médico informou uma melhora no quadro do ex-presidente, mas sem previsão de alta. Por decisão de Bolsonaro, sua família e seus médicos, ele foi transferido para Brasília em um avião com suporte de UTI.
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