A crescente população de jacarés em um lago na praia de Maracajaú, município de Maxaranguape, na Região Metropolitana de Natal, tem gerado apreensão entre os moradores locais. Os animais têm sido avistados com frequência nas proximidades de residências e de uma escola, intensificando o medo na comunidade.
Segundo relatos dos moradores, o surgimento dos jacarés não é recente, porém, a quantidade atual é inédita e alarmante. Há registros de invasões em casas, como o caso relatado pelo professor Eider Santos: "Na casa da minha mãe, que mora aqui próximo, um desses jacarés entrou e travou uma briga com a cachorra dela, que é de grande porte, que foi atingida na boca e cortou. Mas a cachorra matou o jacaré". Outros moradores também afirmam ter visto jacarés próximos aos portões de suas casas.
Diante da situação, a Secretaria de Sustentabilidade Ambiental de Maxaranguape informou ter acionado o *Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis* (Ibama) e o *Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN* (Idema) há aproximadamente dois meses. O objetivo é obter apoio para a elaboração da Autorização de Captura de Material Biológico (ACMB), documento necessário para a remoção segura dos animais. Vale lembrar que o Concurso do Idema está sendo aguardado e pode trazer mais profissionais para lidar com essa situação. Além disso, o Concurso do Ibama também pode auxiliar na resolução do problema.
Em nota, a secretaria, por meio do secretário Pablo Ricelly do Nascimento, explicou que "Essa autorização é fundamental para viabilizar um estudo técnico que irá subsidiar esta Secretaria na tomada de decisões adequadas e seguras quanto à futura captura e relocação dos animais para um ambiente apropriado".
O Ibama informou que realizou uma visita técnica e um levantamento inicial, mas ainda não concluiu o estudo definitivo. O órgão também comunicou que o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do RN está em reforma e que indicou o acionamento da polícia ambiental para auxiliar na transferência dos animais.
A ACBM requer um levantamento detalhado, incluindo a identificação das espécies, tamanhos, quantidade de indivíduos e outros dados relevantes para o manejo adequado. A secretaria ressaltou que o processo de captura e soltura dos animais exige a definição de um local apropriado, a fim de evitar desequilíbrios ambientais e riscos à população, além de profissionais capacitados em manejo de fauna silvestre. Casos de maré alta que causa estragos no litoral do RN demonstram a importância de um manejo ambiental adequado.
O professor Eider Santos estima que a população de jacarés no lago varie entre 40 e 60 indivíduos, considerando a existência de outras lagoas na região, mas acredita que pode haver mais de 100 jacarés.
A professora Mineia de Morais, que leciona em uma escola próxima ao lago, expressou preocupação com a segurança das crianças, especialmente as menores, devido à proximidade dos animais com a área escolar e aos relatos de invasões domiciliares. "Temos crianças pequenas, de 2 a 3 anos de idade, e é arriscado. Nosso horário [no colégio] é até 17 horas, então a gente fica muito preocupado devido a eles já estarem invadindo as casas", disse.
A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental também informou que está conscientizando a população sobre os riscos de alimentar os jacarés, prática que contribui para o crescimento acelerado e a reprodução precoce dos animais, agravando o problema. A pasta aguarda um posicionamento oficial do Ibama e do Idema para solucionar o caso. A cidade de Maxaranguape oferece curso gratuito de boas práticas ambientais, o que pode ajudar na conscientização da população.
Enquanto uma solução definitiva não é implementada, os jacarés continuam a ser vistos nas margens do lago, gerando apreensão e exigindo atenção redobrada por parte dos moradores e das autoridades competentes.
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