Exoplaneta ‘Algodão Doce’: Descoberta Desafia Modelos de Formação Planetária

Exoplaneta ‘Algodão Doce’: Descoberta Desafia Modelos de Formação Planetária

Astrônomos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciaram a descoberta de um exoplaneta com características que desafiam a compreensão atual da formação planetária. Batizado de WASP-193b, o gigante gasoso se destaca por sua extrema leveza, classificando-se como o segundo exoplaneta menos denso já identificado.

As observações, realizadas através de telescópios, revelaram que o WASP-193b possui um tamanho 50% superior ao de Júpiter, embora sua massa corresponda a pouco mais de um décimo da massa do maior planeta do nosso Sistema Solar. Essa combinação incomum levou os cientistas a compará-lo a um *algodão-doce*, em virtude de sua densidade excepcionalmente baixa.

O recordista em leveza entre os exoplanetas é o Kepler-51d, descoberto em 2014. Com dimensões semelhantes às de Netuno, o Kepler-51d apresenta uma densidade ainda menor, sendo 30 vezes menos denso que Júpiter. Os pesquisadores sugerem que, hipoteticamente, o Kepler-51d flutuaria na água.

Localizado a aproximadamente 1.200 anos-luz da Terra, o WASP-193b orbita uma estrela similar ao nosso Sol. A composição e os processos que levaram à formação de um planeta com essas características representam um enigma para os astrônomos. O estudo, publicado na revista *Nature Astronomy*, aponta que os modelos convencionais de evolução planetária não conseguem explicar a existência do WASP-193b.

As implicações dessa descoberta são significativas, pois forçam uma reavaliação das teorias sobre como os planetas se formam e evoluem em torno de outras estrelas. A análise detalhada do WASP-193b poderá fornecer novas pistas sobre os processos físicos e químicos que moldam os sistemas planetários e a diversidade de mundos existentes no universo.