Auxílio-Reclusão registra menor pagamento em 10 anos, refletindo restrições desde 2019

Governo Lula reduz auxílio-reclusão ao menor patamar em uma década

O Auxílio-Reclusão atingiu, em 2024, o menor patamar de pagamentos da última década. A tendência de queda, observada desde 2019, persistiu no segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com um total de R$ 591 milhões em gastos – inferior aos valores registrados nos dois primeiros anos das gestões anteriores.

O Auxílio-Reclusão é um benefício destinado aos dependentes de indivíduos presos em regime fechado, desde que estes tenham contribuído com a Previdência Social e atendam aos critérios legais. As restrições implementadas a partir de 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), impactaram o acesso ao benefício.

A diminuição nos gastos se manteve mesmo com a mudança de governo. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que o montante gasto em 2023 e 2024 representa pouco mais da metade do R$ 1 bilhão registrado nos dois primeiros anos da gestão Bolsonaro. No governo de Michel Temer (2016-2017), o valor foi de R$ 813,2 milhões, enquanto na administração de Dilma Rousseff (2015-agosto de 2016) somou R$ 453 milhões.

Além dos valores, o número de beneficiários também diminuiu significativamente. Em 2015, aproximadamente 44 mil dependentes recebiam o auxílio. Em 2024, esse número caiu para 14,9 mil – uma redução de 66%. É importante que os beneficiários do INSS estejam atentos, e para mais informações, veja como consultar se o CJF libera R$ 26,5 milhões em RPVs para beneficiários do INSS no RN.

Atualmente, a proporção de beneficiários corresponde a apenas 1,6% da população carcerária do país, estimada em cerca de 888 mil pessoas (incluindo detentos em unidades prisionais e em regime domiciliar).

Mudanças nas regras do benefício

De acordo com o Ministério da Previdência Social, a redução no pagamento do Auxílio-Reclusão está diretamente relacionada às alterações na legislação do benefício, implementadas em 2019. As principais mudanças, segundo a pasta, foram:

  1. O benefício passou a ser concedido apenas para presos em regime fechado (anteriormente, também era pago no regime semiaberto).
  2. Introdução de uma carência de 24 meses para acesso ao benefício (antes não havia).
  3. A renda para enquadramento no limite de concessão (R$ 1.906,04) passou a ser calculada como a média das 12 últimas contribuições (antes era o valor da última contribuição).
  4. O valor do benefício foi fixado em um salário mínimo (antes era a média das 12 últimas contribuições).

No início de 2024, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reajustou o valor do benefício em 4,77%, com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O teto do Auxílio-Reclusão passou de R$ 1.412 para R$ 1.518, equivalente a um salário mínimo. Para entender mais sobre o Salário mínimo nacional que sobe para R$ 1.518 em 2025, acompanhe nossas notícias.