Um levantamento do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um cenário peculiar no Rio Grande do Norte: 54,7% da população indígena reside em áreas rurais, contrastando com a tendência nacional de maior concentração em zonas urbanas.
No estado, 11.724 indígenas foram contabilizados em 2022, um aumento expressivo em comparação com os 2.597 registrados em 2010. Este crescimento de aproximadamente 350% destaca a importância da análise demográfica para entender as dinâmicas sociais e as necessidades específicas desta população.
Em contrapartida, o Nordeste apresenta um panorama diferente, com a maioria da população indígena concentrada em áreas urbanas (329.639), enquanto 199.489 vivem em áreas rurais. O caso do Rio Grande do Norte, portanto, se destaca pela sua particularidade.
Concentração por Município
A distribuição da população indígena no Rio Grande do Norte não é homogênea. Dez municípios concentram 83,2% do total de indígenas no estado. São eles:
- João Câmara: 2.421 indígenas
- Natal: 1.798 indígenas
- Macaíba: 1.170 indígenas
- Ceará-Mirim
- Canguaretama
- Apodi
- Baía Formosa
- Goianinha
- São Gonçalo do Amarante
- Parnamirim
João Câmara se destaca como o município com a maior concentração de indígenas.
Acesso a Serviços e Educação
O Censo 2022 também evidencia disparidades no acesso a serviços básicos entre as áreas urbanas e rurais. Um exemplo notável é o saneamento:
- Domicílios sem banheiro: 195 em áreas rurais contra 9 em áreas urbanas.
- Utilização de fossas rudimentares: 1.713 em áreas rurais e 3.109 em áreas urbanas.
A educação também apresenta desigualdades. A taxa de alfabetização entre indígenas com 15 anos ou mais é mais baixa nas áreas rurais:
- Mulheres alfabetizadas: 75,39% em áreas rurais e 87,39% em áreas urbanas.
- Homens alfabetizados: 66,72% em áreas rurais e 84,60% em áreas urbanas.
Em relação ao registro civil, a pesquisa identificou que 1 criança indígena de até 5 anos não possui registro em áreas rurais, enquanto em zonas urbanas, o número é de 4.
Estes dados apontam para a necessidade de políticas públicas mais direcionadas, que considerem as especificidades das comunidades indígenas, em especial aquelas localizadas em áreas rurais.
Natal concentra uma parte significativa da população indígena do estado, como apontado no texto.
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