Em mobilização nacional neste sábado (14), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância da prevenção contra a dengue, especialmente com a aproximação do verão. A ação, realizada no bairro do Caju, Rio de Janeiro, teve como objetivo principal conscientizar a população sobre a necessidade de ações imediatas para reduzir os riscos da doença. Com o verão se aproximando, especialistas alertam para o aumento de casos de dengue, saiba mais sobre os cuidados necessários.
Segundo a ministra, a responsabilidade pela prevenção é coletiva: “Cada um de nós tem responsabilidades, 75% dos focos se encontram nas nossas casas ou no entorno das nossas casas. [É preciso] conversar com as comunidades, alertar sobre como se proteger em relação à dengue”, declarou Nísia Trindade, agradecendo aos profissionais do SUS pelo trabalho contínuo no combate à doença.
Previsão de casos e regiões de maior risco
Embora a previsão exata da incidência de dengue no próximo verão ainda esteja em análise, a ministra enfatizou a relação direta entre ações preventivas atuais e a redução de casos futuros. “O que temos neste momento é a clareza de que quanto mais fizermos agora, mais reduziremos os casos. Que teremos muitos casos de dengue [no próximo verão], provavelmente teremos por temperaturas altas e chuvas. Mas o grande esforço agora é reduzir ao máximo [os casos]”, afirmou.
Nísia Trindade mencionou ainda indícios de maior concentração de casos nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, relacionando esse cenário com a menor exposição a alguns sorotipos da dengue em anos anteriores. “Lembrando que também estamos controlando a zika e chikungunha [transmitidas pelo mesmo mosquito]”, acrescentou.
A origem da doença e medidas de prevenção
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. A mobilização do Dia D busca conscientizar a população e os agentes públicos para a eliminação de criadouros do mosquito por meio de medidas simples, como tampar caixas d'água, limpar calhas e descartar o lixo adequadamente.
A ministra destacou a importância do engajamento das prefeituras na manutenção das medidas de prevenção, principalmente durante a transição de poder após as eleições municipais. “As prefeituras devem sempre seguir a linha de não deixar o lixo urbano e a água acumular”, alertou Nísia Trindade. “A dengue tem aumentado em todo o mundo pela temperatura, inclusive em áreas que não havia dengue. Com a elevação das temperaturas, temos dengue hoje em 200 países. Passamos a ter dengue na Região Sul do Brasil, onde antes não havia. Então, vamos trabalhar juntos nesse enfrentamento porque muito depende de nós”, enfatizou.
Sintomas, tratamento e grupos de risco
A ministra também recomendou que pessoas com sintomas como febre, manchas vermelhas e dor atrás dos olhos — sintoma característico da dengue — procurem atendimento médico imediatamente. A preparação dos profissionais de saúde em estados e municípios também foi ressaltada como crucial para um atendimento adequado. “A dengue é uma doença que não é para matar, porque com hidratação e com cuidado adequado evitamos o pior”, assegurou.
Em 2024, Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná registraram maior incidência da doença, embora o aumento de casos nas regiões Sudeste e Sul tenha sido constante. São Paulo registrou o maior número de casos graves e mortes, seguido de Minas Gerais. A faixa etária mais afetada é a dos 20 aos 29 anos, com 55% dos infectados sendo mulheres. Idosos, bebês, gestantes e pessoas com comorbidades apresentam maior risco de complicações.
Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, prostração e dores musculares e articulares, além da dor atrás dos olhos. Entre o terceiro e o sétimo dia, vômitos, dor abdominal, desmaios e sangramentos podem indicar agravamento. A doença pode causar extravasamento de plasma e hemorragias, reforçando a necessidade de procurar atendimento médico imediatamente. A automedicação deve ser evitada, pois alguns medicamentos podem agravar o quadro.
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