O agricultor aposentado José Gabriel Batista, de 82 anos, faleceu em sua residência na zona rural de João Câmara, Rio Grande do Norte, na terça-feira (29 de abril de 2025).
Seu sepultamento estava previsto para a quarta-feira (30), e a família informou os funcionários do cemitério público do distrito de Queimados sobre o ocorrido ainda na tarde da terça-feira.
Indignação e cena inusitada
Porém, na manhã seguinte, ao chegar ao cemitério para o enterro, a família se deparou com a cova inacabada. Segundo Clodoaldo de Almeida Batista, filho do falecido e também agricultor, o coveiro alegou que o barro estava duro e que não possuía as ferramentas adequadas para concluir o trabalho.
Diante da situação, Clodoaldo, indignado com a falta de preparo do cemitério, tomou a iniciativa de concluir a escavação. "Não pensei muito, na hora. Só entrei no buraco e conclui a cavação. Terminei de cavar a cova e tirar a toda a terra. Fizemos o sepultamento do meu pai, mas muito indignados com o acontecido. O que eu passei no sepultamento do meu pai, não quero que nenhum outro filho, nenhuma outra família passe", desabafou Clodoaldo.
Ele ressaltou o constrangimento da situação: "É constrangedor você chegar no cemitério para fazer o sepultamento de um ente querido e ainda ter que concluir a cavação da cova onde vai ser enterrado". Casos como esse levantam discussões sobre a qualidade dos serviços públicos, tal como a recente notícia sobre a Prefeitura de São Rafael (RN) que foi entregue sem energia elétrica à nova gestão.
Prefeitura investiga o caso
A prefeitura de João Câmara, após tomar conhecimento do ocorrido por meio de um vídeo compartilhado nas redes sociais, informou que está apurando o caso. A gestão municipal declarou que "Estamos apurando e serão tomadas as providências cabíveis", porém não detalhou quais medidas serão adotadas. A situação lembra a pressão enfrentada pela Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, onde Jaime Calado assumiu o cargo pela terceira vez.
A prefeitura também afirmou que todos os coveiros receberam o material de trabalho necessário no momento de sua contratação, informação que não pôde ser confirmada de forma independente. A comunidade de João Câmara já havia enfrentado transtornos com a interdição da BR-406 em João Câmara (RN) durante um protesto por assentamento, mostrando que a cidade tem enfrentado diversos desafios.
O episódio gerou comoção na comunidade local, levantando questionamentos sobre a infraestrutura e os serviços prestados pelo cemitério público do distrito de Queimados.
