Os dois detentos que protagonizaram a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal brasileiro, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, foram transferidos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) para a de Catanduvas (PR). A transferência ocorreu de forma sigilosa em outubro, conforme apurado pela Inter TV Cabugi e pelo g1.
A fuga, que ocorreu em 14 de fevereiro, marcou um episódio inédito desde a criação do sistema prisional federal em 2006. Os fugitivos foram recapturados no Pará após 50 dias de buscas intensas.
Mário Aquino, advogado da dupla em Mossoró, confirmou a transferência e relatou ter sido notificado pela penitenciária somente após a mudança. O transporte dos apenados para Catanduvas foi realizado por um avião da Polícia Federal, que partiu do Aeroporto de Aracati (CE), a cerca de 90 km de Mossoró.
Após a fuga, a Penitenciária Federal de Mossoró passou por diversas mudanças, incluindo o reforço na segurança e a substituição de seu diretor. Roderick Ordakowski foi nomeado como novo diretor em julho, após ter atuado interinamente desde abril, substituindo Carlos Luís Vieira Pires. Pires havia assumido o cargo após a saída de Humberto Gleydson Fontinele Alencar, que foi afastado e posteriormente dispensado do cargo logo após a fuga.
A Fuga
Rogério e Deibson, integrantes do Comando Vermelho e oriundos do Acre, estavam na unidade de Mossoró desde setembro de 2023. A fuga ocorreu em plena Quarta-Feira de Cinzas. Os detentos abriram uma passagem por trás de uma luminária e cortaram duas cercas de arame, utilizando ferramentas de uma obra em andamento na penitenciária. Este evento singular quebrou o histórico de segurança das penitenciárias federais, que incluem unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
A operação de recaptura envolveu uma força-tarefa composta por agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado. Durante os primeiros dias de fuga, os foragidos chegaram a invadir residências e fazer uma família refém. Segundo a PF, uma facção criminosa teria auxiliado os fugitivos com o pagamento de R$ 5 mil a um fazendeiro que os ajudou na fuga.
Os fugitivos deixaram o Rio Grande do Norte e, em 18 de março, embarcaram em um barco pesqueiro em Icapuí (CE) com destino à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará. Após seis dias de viagem pela costa brasileira, eles chegaram a Belém em 24 de março. A recaptura ocorreu em 4 de abril, quando foram encontrados por policiais rodoviários federais em Marabá (PA).
Um vídeo divulgado mostra momentos da recaptura:
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