Justiça determina que Ibama devolva macaca de estimação para família no Distrito Federal

Justiça determina que Ibama devolva macaca de estimação para família no Distrito Federal
PRF.

Uma decisão da Justiça Federal ordenou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) restitua uma macaca-prego, chamada Anne, à família que a criava como animal de estimação no Distrito Federal. A controvérsia teve início após um fiscal do Ibama abordar a tutora durante um passeio em um shopping, recomendando que a macaca fosse encaminhada ao instituto para regularização.

Ao chegar ao local, no entanto, Anne foi apreendida e levada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). A família alega ter adquirido a filhote por R$ 30 mil de um criadouro em Santa Catarina. Inconformada com a apreensão, a família recorreu à Justiça, solicitando o retorno do animal. O desembargador responsável pelo caso acatou o pedido, determinando que o Ibama devolva Anne até a próxima segunda-feira (23).

Argumentos da Decisão Judicial

O magistrado fundamentou sua decisão no fato de que Anne é bem cuidada pela família, que apresentou um laudo veterinário comprovando as boas condições de saúde do animal. Ele também ponderou que a transferência para o Cetas poderia ser prejudicial ao bem-estar de Anne, citando que “no caso, a manutenção do animal em ambiente doméstico adequado mostra-se mais consentânea com seu bem-estar do que sua transferência para um centro de triagem reconhecidamente deficitário”.

TESTE 3

O Ibama argumentou que não reconhece a legalidade da documentação apresentada pela tutora, contudo, o desembargador ressaltou que essa documentação não foi submetida a uma perícia técnica. “A apreensão do animal pelo Ibama baseou-se em suposta falsidade documental que sequer foi objeto de perícia técnica”, afirmou o magistrado.

Outro ponto relevante destacado na decisão é que a espécie macaco-prego não está classificada na lista de animais em risco de extinção, o que enfraquece o argumento da urgência na apreensão. Além disso, o magistrado enfatizou o papel de suporte emocional que Anne desempenha para a família, especialmente para a tutora, que enfrenta quadros de ansiedade e depressão. Segundo a decisão, “Evidencia que o animal exerce importante função de suporte emocional para a agravante, que apresenta quadro de ansiedade e depressão”.

A decisão judicial gerou um debate sobre a posse de animais silvestres e o papel do Ibama na proteção da fauna brasileira, ressaltando a necessidade de um equilíbrio entre a aplicação da lei e o bem-estar animal. A Justiça, ao analisar o caso, priorizou o bem-estar de Anne, considerando o ambiente familiar como mais adequado para suas necessidades.