Uma força-tarefa composta por órgãos ambientais, a prefeitura de Maxaranguape e o governo do Rio Grande do Norte está se mobilizando para retirar os jacarés que se proliferaram em um lago temporário na praia de Maracajaú, localizada na Região Metropolitana de Natal. A ação tem como objetivo responder às crescentes preocupações dos moradores, alarmados com o aumento de jacarés em lago de Maracajaú.
O lago, que surge anualmente durante o período chuvoso, está situado próximo a residências e a aproximadamente 500 metros de uma escola, intensificando o receio da população local. Relatos de jacarés invadindo casas e confrontos com animais domésticos têm aumentado a urgência da situação.
Plano de Ação Definido
Após uma reunião realizada no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), em Natal, foi elaborado um plano detalhado para a remoção dos jacarés. A primeira etapa consistirá em uma vistoria técnica no local, agendada para a próxima semana. Essa inspeção tem como finalidade realizar a contagem precisa dos animais, informação crucial para o planejamento da captura e destinação adequadas.
De acordo com Thales Dantas, diretor-técnico do Idema, os jacarés serão transferidos para rios na mesma região. O diretor explicou:
"A gente tem que iniciar com os maiores, então a gente já tem a expertise, na verdade, da Polícia Ambiental, já que de vez em quando acontece de aparecer na Zona Norte de Natal, nas lagoas de captação, esses jacarés", explicou Thales Dantas.
"Que a gente possa destiná-los no decorrer dos rios da região, que já são áreas de habitat desses animais. De maneira que não superpovoe outros locais também, como tem acontecido dentro dessa lagoa".
Alimentação Indevida e Proliferação Acelerada
O diretor-técnico do Idema também fez um apelo à população, solicitando que evitem alimentar os jacarés. Este pedido já havia sido reforçado pela Secretaria de Sustentabilidade Ambiental de Maxaranguape, que apontou a alimentação como um dos principais fatores para o rápido crescimento da população de jacarés no lago.
"Infelizmente, as pessoas estão colocando alimentos para eles. Então, de fato, eles estão se proliferando de maneira muito rápida", disse.
Além do Idema, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também está envolvido na operação, colaborando no estudo do local e na estratégia de retirada dos animais. Recentemente o Ibama Retoma Fiscalização da Engorda da Praia de Ponta Negra Após Mudança na Jazida.
Preocupação dos Moradores
Os moradores da área relatam que, embora os jacarés já fossem vistos há alguns anos, o número atual de animais é alarmante. Há relatos de jacarés invadindo residências, como o caso mencionado pelo professor Eider Santos:
"Na casa da minha mãe, que mora aqui próximo, um desses jacarés entrou e travou uma briga com a cachorra dela, que é de grande porte, que foi atingida na boca e cortou. Mas a cachorra matou o jacaré", contou o professor Eider Santos.
Eider também disse:
"Há outros relatos de pessoas que residem aquii perto de jacarés perto do portão das casas. O pessoal tem foto e tudo mais", completou.
A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental de Maxaranguape informou que havia acionado o Ibama e o Idema há cerca de dois meses, buscando apoio para lidar com a situação. Segundo a secretaria, o objetivo da reunião com os órgãos ambientais foi analisar a situação e elaborar a Autorização de Captura de Material Biológico (ACMB). O MPRN recomenda anulação de aditivo contratual em Maxaranguape por irregularidades.
De acordo com nota assinada pelo secretário Pablo Ricelly do Nascimento:
"Essa autorização é fundamental para viabilizar um estudo técnico que irá subsidiar esta Secretaria na tomada de decisões adequadas e seguras quanto à futura captura e relocação dos animais para um ambiente apropriado".
Autorização de Captura de Material Biológico (ACMB)
A ACMB, conforme explicado pela secretaria, exige um levantamento detalhado de informações, incluindo a identificação das espécies, tamanhos, quantidade de indivíduos e outros dados relevantes. A secretaria enfatizou que o processo de captura e relocação dos animais é complexo e requer profissionais capacitados em manejo de fauna silvestre. A MPRN promove ações de capacitação e debate sobre gestão ambiental.
O professor Eider Santos estima que a população de jacarés no lago possa variar entre 40 e 60 indivíduos, mas acredita que o número total possa ser ainda maior, considerando a existência de outras lagoas na região.
Enquanto a situação não é resolvida, os jacarés continuam a ser vistos nas margens do lago, representando um risco potencial para a população local. A professora Mineia de Morais, que leciona em uma escola próxima, expressou sua preocupação com a segurança das crianças, especialmente as menores, devido à proximidade dos animais e aos relatos de invasões em residências.
A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental tem intensificado as ações de conscientização, buscando sensibilizar a população sobre os riscos de alimentar os jacarés e os impactos negativos dessa prática no aumento da população dos animais. Em Natal Acelera Licenciamento Ambiental com Modernização e Desburocratização.
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