Ministério da Justiça investiga influenciadores por promoção irregular de apostas online

O Ministério da Justiça solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar influenciadores digitais e canais no YouTube que estariam promovendo plataformas irregulares de apostas online, incluindo o chamado "jogo do tigrinho". A solicitação, embasada em um levantamento técnico do Ministério dos Esportes, aponta para uma possível prática de golpes disfarçados através desses canais.

O relatório do Ministério dos Esportes, liderado por André Fufuca, identificou 53 sites e 25 canais de vídeo que estariam envolvidos na promoção dessas plataformas suspeitas. Segundo o documento, influenciadores, inclusive adolescentes, estariam usando suas redes para transmitir ao vivo sessões de apostas e incentivar o público a participar, com promessas de ganhos rápidos. Essa prática, segundo o Ministério, é considerada enganosa e direcionada principalmente a crianças e adolescentes, muitas vezes sem condições financeiras para arcar com as perdas.

A repetição de transmissões realizadas pelas mesmas pessoas em diferentes canais levantou suspeitas de que as plataformas ilegais estariam utilizando os influenciadores como fachada para operar golpes. Além disso, muitas dessas plataformas são gerenciadas por empresas estrangeiras que não cumprem as regulamentações brasileiras, o que dificulta o rastreamento e a responsabilização em caso de fraudes.

Contexto Legal das Apostas Online no Brasil

As apostas online são legalizadas no Brasil desde 2018, mas a regulamentação do setor só começou a ser implementada no final de 2022. Para operar legalmente, as empresas precisam cumprir uma série de exigências estabelecidas pelas autoridades. Embora o "jogo do tigrinho" em si não seja considerado ilegal, ele só pode ser oferecido por sites devidamente registrados e que respeitem as normas vigentes.

A investigação em curso visa determinar a extensão do envolvimento dos influenciadores na promoção de sites irregulares, bem como a responsabilidade das empresas por trás dessas plataformas. O objetivo é proteger os consumidores, especialmente os mais vulneráveis, dos riscos associados a essas atividades.

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