Projetos de energia eólica offshore no Brasil avançam, e 2025 é apontado como ano crucial, segundo SENAI-RN

Projetos de energia eólica offshore avançam e 2025 será ano chave, diz SENAI-RN

O cenário da energia eólica offshore no Brasil apresenta um progresso notável, com 2024 marcando avanços significativos tanto no número de projetos quanto no desenvolvimento do marco regulatório. Para 2025, as expectativas são de tomadas de decisões cruciais para o desenvolvimento desta nova fronteira energética no país. A análise é de Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI.

Segundo Mello, o ano de 2024 testemunhou um grande interesse de empresas no setor, que dispõem de recursos para investir e demandam um ambiente regulado para tomada de decisões. “O marco regulatório e a regulamentação posterior darão o tom dos investimentos no próximo ano”, afirmou o diretor.

Dados do Ibama revelam que o país já contabiliza 244,56 Gigawatts (GW) em projetos de energia eólica offshore cadastrados para licenciamento ambiental. Esse número supera em mais de sete vezes a capacidade instalada em parques eólicos terrestres, que somam cerca de 33 GW. Além disso, houve um incremento de 10,33 GW em relação aos 234,23 GW registrados até abril deste ano.

A maior parte dessa potência (47,04%) está concentrada na região Nordeste, impulsionada pelos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. A região Sul detém 32,59% da potência projetada, enquanto o Sudeste responde por 20,37%. Os dados, atualizados em agosto, mostram a adição de novos projetos nos estados do Ceará, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Marco Legal

O substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 576/2021, aprovado pelo Senado, aguarda sanção presidencial. O projeto autoriza a exploração de energia elétrica em complexos no mar, e o texto final incluiu incentivos para a produção de energia a partir do gás natural e do carvão mineral. O projeto original, proposto pelo então senador Jean Paul Prates, regulava apenas a exploração de energia offshore.

Qualificação e Tecnologia

A FAETI, pioneira em energias renováveis e tecnologias industriais, planeja lançar em 2025 o primeiro curso de pós-graduação em energia eólica offshore, além de um MBI (Master of Business Innovation) com foco em energia eólica. “O MBI, em parceria com a UniSENAI Santa Catarina, é voltado para quem trabalha no negócio, incluindo gestores, advogados e profissionais de áreas de apoio que são fundamentais para o desenvolvimento da cadeia”, explicou Rodrigo Mello.

Adicionalmente, será lançado um “edital multiclientes” para empresas interessadas em participar do projeto da primeira planta-piloto para estudos de energia eólica offshore no Brasil. O edital tem o objetivo de obter o financiamento necessário para viabilizar a planta-piloto.

O projeto, sob responsabilidade do SENAI, aguarda licenciamento ambiental no Ibama. A planta-piloto servirá como unidade de pesquisa para orientar investimentos e mitigar impactos da nova atividade industrial no país. Estão previstos dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 Megawatts (MW), a serem instalados a 4,5 km do Porto-Ilha de Areia Branca, local estratégico para o escoamento do sal produzido no Brasil. Estudos indicam que a região é rasa e distante de recifes de coral e zonas de pesca tradicionais.

Outras Contribuições do SENAI

Em 2024, o SENAI-RN destacou-se como a maior unidade de formação profissional para o setor de energia renovável no Brasil, além de desenvolver soluções educacionais para a indústria. A instituição inaugurou, em parceria com o governo alemão, o primeiro centro de excelência do Brasil para formação em hidrogênio, lançou o projeto da planta-piloto para estudos offshore e concluiu o relatório de impacto ambiental para licenciamento no Ibama.

Segundo Mello, o SENAI tem acompanhado a indústria de energia desde 2004, quando iniciaram as discussões sobre energias renováveis no Brasil. A participação da instituição nas discussões sobre o ambiente legal para a criação da indústria de energia eólica offshore, o avanço do mapeamento do potencial de geração de energia na Margem Equatorial Brasileira e a implantação da pedra fundamental do Instituto da Margem Equatorial no Amapá, estão entre as ações de destaque do ISI em 2024.

“O Sistema Indústria, liderado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), tem mobilizado as empresas industriais em prol dos melhores resultados para o setor de energia”, acrescentou Mello, mencionando a aproximação com empresas de óleo e gás e de energias renováveis como fatores cruciais para o desenvolvimento da região.

Para 2025, projeta-se um ano de discussões e regulamentações importantes para o desenvolvimento da atividade, consolidando o setor de energia eólica offshore no Brasil.

O SENAI-RN tem se destacado no cenário da Transição Energética e também discute os rumos da matriz energética brasileira.

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