O aumento expressivo no número de jacarés em um lago temporário na praia de Maxaranguape, Rio Grande do Norte, tem gerado crescente preocupação entre os moradores locais. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) realizou uma visita técnica à área nesta sexta-feira (25) para avaliar a situação e planejar a retirada dos animais. Recentemente, o Idema RN abriu concurso público após 40 anos, o que demonstra o comprometimento do órgão com a gestão ambiental no estado.
A proliferação dos jacarés, segundo a equipe técnica do Idema, pode estar ligada à alta disponibilidade de alimento, inclusive oferecido pela população que reside no entorno do lago. Esse lago, que se forma anualmente durante o período chuvoso, está localizado próximo a residências e a cerca de 500 metros de uma escola, aumentando a apreensão dos moradores. Em outra notícia, vimos que o DNIT protocolou pedido de licença prévia ao IDEMA para a duplicação da BR-304 no RN, mostrando a atuação do instituto em diversas áreas.
Uma força-tarefa, composta por órgãos ambientais, a prefeitura de Maxaranguape e o governo do Rio Grande do Norte, está trabalhando para realizar a remoção dos jacarés do lago em até três semanas. A situação é semelhante à de Maracajaú, onde uma força-tarefa também foi mobilizada para retirar jacarés de um lago.
Durante a visita técnica, a equipe do Idema enfrentou dificuldades para realizar a contagem precisa dos animais, devido à movimentação de pessoas na área e ao comportamento dos próprios jacarés. No entanto, a prefeitura de Maxaranguape anunciou que instalará uma cerca de proteção na próxima semana para impedir a aproximação da população ao lago.
Marcelo Silva, coordenador do setor de fauna do Idema, enfatizou a importância de não alimentar os animais silvestres. “Os animais têm que procurar alimento por conta própria. A população não deve alimentar animais silvestres. Isso vai causar uma série de problemas. Estamos vendo nessa comunidade uma reprodução que provavelmente é ocasionada por essa grande disponibilidade de alimento, os animais não precisam caçar para ter o seu alimento. Isso é um problema sério”, afirmou.
O plano de retirada dos animais foi definido em uma reunião realizada na quarta-feira (23) no Idema, em Natal. A expectativa é que os jacarés sejam transferidos para rios da região, conforme informou o diretor-técnico do Idema, Thales Dantas.
Moradores relatam que os jacarés surgiram há alguns anos, mas a quantidade atual é inédita, causando medo, especialmente após relatos de invasões de residências. O professor Eider Santos relatou um incidente na casa de sua mãe: “Na casa da minha mãe, que mora aqui próximo, um desses jacarés entrou e travou uma briga com a cachorra dela, que é de grande porte, que foi atingida na boca e cortou. Mas a cachorra matou o jacaré”. Este aumento tem gerado preocupação, como já noticiado em Aumento de jacarés em lago de Maracajaú preocupa moradores da Grande Natal.
Outros moradores também compartilharam relatos de jacarés próximos aos portões de suas casas. A professora Mineia de Morais, que leciona em uma escola próxima, expressou preocupação com a segurança das crianças: “Temos crianças pequenas, de 2 a 3 anos de idade, e é arriscado. Nosso horário [no colégio] é até 17h, então a gente fica muito preocupado devido a eles já estarem invadindo as casas”.
A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental tem atuado na conscientização da população para evitar a alimentação dos jacarés com restos de comida, prática que contribui para o crescimento acelerado e a reprodução precoce dos animais, agravando o problema.
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