Salário mínimo no Brasil sobe para R$ 1.518 em 2025 com nova regra de reajuste

O salário mínimo nacional foi reajustado para R$ 1.518 a partir desta semana, um aumento de R$ 106 em relação ao valor de 2024, que era de R$ 1.412. Este reajuste, que representa um acréscimo de 7,51%, inclui a reposição de 4,84% da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até novembro de 2024, e um ganho real de 2,5%.

Este novo valor segue as diretrizes estabelecidas pela nova regra de cálculo aprovada pelo Congresso Nacional, que será válida entre 2025 e 2030. O modelo de reajuste define que o salário mínimo terá reajuste limitado a 2,5% acima da inflação, dependendo das condições econômicas do país e das metas fiscais estabelecidas no arcabouço fiscal.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a regra anterior, que considerava a reposição da inflação somada à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, poderia ter resultado em um aumento maior para 2025, visto que o PIB de 2023 registrou um crescimento de 3,2%.

O reajuste do salário mínimo afeta diretamente a remuneração de aproximadamente 59 milhões de brasileiros. Este grupo inclui trabalhadores com carteira assinada, empregados domésticos, profissionais autônomos e aposentados. Além disso, o valor do salário mínimo serve como referência para benefícios sociais e trabalhistas, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e abono salarial (PIS-Pasep).

Impacto nos Benefícios:

O reajuste impacta os seguintes beneficiários:

19 milhões de aposentados e pensionistas do INSS;
4,7 milhões de beneficiários do BPC;
7,35 milhões de trabalhadores que acionaram o seguro-desemprego (dados de julho de 2024);
240 mil pessoas com direito ao abono salarial em 2024.

Segundo a Tendências Consultoria, a nova política de reajuste salarial pode gerar uma economia de R$ 110 bilhões nos gastos públicos até 2030. Apenas em 2025, o impacto estimado é de R$ 2 bilhões. A política de valorização do salário mínimo, que entre 2003 e 2017 proporcionou um aumento real acumulado de 77%, foi interrompida entre 2018 e 2022.

“Não vamos cortar o salário mínimo”, reafirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.