Nova espécie de maracujá-do-mato, *Passiflora natalensis*, é descoberta no Rio Grande do Norte

Uma descoberta botânica significativa enriquece a flora do Rio Grande do Norte. Cientistas descreveram uma nova espécie de maracujá-do-mato, a Passiflora natalensis, em um artigo publicado na revista Acta Botânica Brasilica. A pesquisa foi liderada pela botânica Gláucia Lidiane da Silva, com a colaboração de outros especialistas.

A Passiflora natalensis é uma planta trepadeira que se restringe às restingas do estado potiguar. Até o momento, foi encontrada em áreas como o Parque das Dunas, a Rota do Sol, Tibau do Sul e Baía Formosa. O nome da espécie é uma homenagem à cidade de Natal. O artigo foi publicado em dezembro, próximo ao Natal.

Segundo Gláucia Lidiane, a Passiflora natalensis era frequentemente confundida com a Passiflora cincinnata, outra espécie já conhecida. “É comum na natureza existirem plantas e animais que se pareçam muito, mas quando estudamos esses seres a fundo, descobrimos que são diferentes. É o caso da Passiflora natalensis, parecida com a Passiflora cincinnata, mas com características morfológicas distintas. Uma dessas diferenças são as aberturas tipo fendas nas folhas. Esse trabalho mostra a riqueza das plantas do nosso estado e o quanto ainda podemos descobrir”, explicou a pesquisadora.

Alan Roque, botânico e curador do Herbário Parque das Dunas, enfatizou a importância da descoberta para a conservação. “Essa planta acabou de ser descrita e sua ocorrência restrita a coloca como ameaçada de extinção. Por isso, é crucial continuarmos estudando a rica flora do Rio Grande do Norte. O Parque das Dunas, por exemplo, desempenha um papel fundamental, pois oferece um ambiente protegido onde espécies como a Passiflora natalensis podem prosperar”, destacou o botânico.

A descoberta da Passiflora natalensis destaca a necessidade de mais estudos sobre a biodiversidade do Rio Grande do Norte e reforça a importância das Unidades de Conservação para a proteção de espécies endêmicas e ameaçadas.

A publicação do artigo na Acta Botânica Brasilica pode ser consultada aqui.

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