Paralimpíada de Paris 2024: Brasil conquista ano dourado e inspira moda esportiva

Assim como Paris se consagrou como a capital da moda, impulsionada pelo incentivo à indústria têxtil no século XVIII, o esporte também se desenvolve através de apoio, visibilidade e narrativas inspiradoras. Em 2024, a cidade francesa se tornou o centro do esporte mundial, sediando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Durante este período, a mídia local dedicou grande atenção aos atletas, celebrando suas conquistas.

Na Paralimpíada, o ciclismo roubou a cena, com a competição ofuscando até mesmo uma partida da seleção francesa de futebol. As arquibancadas ficaram lotadas, com torcedores usando máscaras dos atletas, mostrando apoio. Surpreendentemente, a França conquistou o ouro no futebol de cegos, superando a favorita Argentina.

O brilho não se limitou aos atletas franceses. O nadador mineiro Gabriel Araújo se tornou a grande estrela do evento, eleito pela France2, que o apelidou de “Pelé das Piscinas”. Com carisma e talento, Gabrielzinho conquistou três ouros na classe S2 (para atletas com alto grau de comprometimento físico-motor), nas provas dos 50m e 100m costas, e 200m livre.

O Brasil brilhou intensamente na natação em Nanterre. Além dos ouros de Gabriel, Talisson Glock (classe S6, para deficiências físicas) conquistou o ouro nos 400m livre, e Carol Santiago (classe S12, baixa visão) brilhou com três ouros nos 50m e 100m livre, e 100m costas. Carol repetiu o feito de Tóquio 2021, tornando-se a brasileira com mais ouros paralímpicos (6) superando a marca de Ádria dos Santos. Em duas participações, Carol soma dez medalhas, estando a três de igualar o recorde de Ádria, a maior medalhista feminina do país.

Gabrielzinho e Carol foram eleitos os melhores do ano no Prêmio Paralímpicos. Carol superou a velocista Jerusa Geber, que teve uma história de superação. Após o revés em Tóquio, onde a cordinha que a ligava ao guia se rompeu, Jerusa conquistou dois ouros nos 100m e 200m rasos na classe T11 (cegos), ao lado de seu guia Gabriel Garcia.

O segundo ouro de Jerusa foi o 23º do Brasil em Paris, marcando a edição como a mais vitoriosa do país em termos de medalhas de ouro. Outros dois ouros foram conquistados por Fernando Rufino na paracanoagem e Tayana Medeiros no halterofilismo.

No total, o Brasil conquistou 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes, totalizando 89 medalhas, superando a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Pela primeira vez, o país ficou no top-5 do quadro de medalhas. O desempenho poderia ter sido ainda melhor, com o Brasil ficando a apenas dois ouros da Holanda, a quarta colocada. O futebol de cegos, por exemplo, perdeu na semifinal para a Argentina e ficou com o bronze, assim como o goalball masculino.

O parabadminton teve uma estreia no pódio com o bronze de Vitor Tavares, e no triatlo, Ronan Cordeiro conquistou a prata. Alexandre Galgani também ganhou prata no tiro esportivo. Jady Malavazzi tornou-se a primeira brasileira campeã mundial de ciclismo de estrada na handbike e Bruna Alexandre foi pioneira ao disputar tanto a Olimpíada quanto a Paralimpíada, ganhando dois bronzes no tênis de mesa.

O programa Bolsa Atleta, que em 2024 passou a incluir atletas surdolímpicos e auxiliares de atletas paralímpicos, beneficiou quase todos os representantes brasileiros em Paris. Contudo, o ano também foi marcado pela triste perda de Joana Neves, a “Joaninha”, nadadora campeã mundial e medalhista paralímpica, que faleceu devido a uma parada cardiorrespiratória. Ela foi homenageada na cerimônia do Prêmio Paralímpicos.

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