A brasileira Rayssa Leal, aos 16 anos, fez história ao conquistar o tricampeonato mundial de skate street na Liga Mundial de Skate Street (SLS). A competição, realizada no Ginásio Ibirapuera, em São Paulo, culminou em uma emocionante final, o Super Crown, onde Rayssa precisou superar um início difícil para garantir o título.
Após falhas nas duas primeiras tentativas de manobras, a skatista maranhense, conhecida como “Fadinha”, demonstrou incrível controle emocional e resiliência. Com uma pontuação final de 35.4, superou a vice-campeã, a japonesa Coco Yoshizawa (34.2), e a compatriota Yumeka Oda, que ficou com o bronze.
A competição foi acirrada, com a participação de quatro atletas japonesas, duas delas campeãs olímpicas, e uma australiana. Na primeira fase do Super Crown, Rayssa Leal obteve boas notas (8.2 e 8.5), arrancando aplausos dos oito mil espectadores presentes. No entanto, ela se viu atrás da australiana Chloe Covell, de 14 anos, após as duas primeiras voltas. A fase seguinte, com cinco apresentações de manobras, trouxe um desafio maior: Rayssa zerou ao cair nas duas primeiras rodadas.
Com a pressão em alta, a atleta precisou se recuperar nas três últimas tentativas, conquistando notas excelentes: 9.1, 8.7 e 9.1, resultado que a colocou novamente na liderança. A vitória garantiu a Rayssa Leal o prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 600 mil).
Emocionada, Rayssa comentou sobre a conquista à TV Globo: “Eu não tenho palavras o suficiente. Tudo isso que aconteceu hoje vale mais do que esse troféu. Reviravolta, errei as duas primeiras tentativas. Estava nervosa, não vou mentir. Minha família acompanhou tudo isso. Esse troféu vai para o pessoal que está em casa. Vocês viram a realidade do skate, a amizade, a família e vão ver isso aumentando. O nível estava alto, várias notas 9. Foi bem Corinthians. Estou realizada. Estou com todo mundo time, completo, minha psicóloga saiu da Itália para vir para cá”.
Sobre seu desempenho e estratégia, Rayssa destacou a importância do trabalho com seu técnico, Felipe Gustavo: “Foi um ano muito bom, de muito aprendizado, física e mentalmente. Foi um ano difícil, driblamos as dificuldades e deu tudo certo. É tudo ou nada. Na última manobra é bem isso, precisava de 9. Essa e algumas [outras manobras] dariam 9, mas essa é a que fico mais confiante. Felipe fez uma estratégia sensacional, sabe todos os meus pontos”.
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