Golpe de viagens no RN: Polícia prende suspeita em SP por estelionato

Polícia prende suspeita de vender pacotes de viagens para mais de 100 clientes no RN e sumir com o dinheiro

Uma mulher de 42 anos foi presa em São Paulo (SP) na última quinta-feira (30) sob acusação de estelionato. A suspeita é de ter aplicado um golpe em pelo menos 130 pessoas no Rio Grande do Norte, vendendo pacotes de viagens e cruzeiros e, posteriormente, desaparecendo com o dinheiro.

Prisão e Investigação

A prisão, realizada no Centro de São Paulo, contou com o apoio da 1ª Delegacia Seccional de São Paulo (PCSP) e do 3º Distrito Policial do Município, após a expedição de um mandado de prisão preventiva pela Justiça do Rio Grande do Norte. A Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) de Natal conduziu as investigações, atribuindo à suspeita o crime de estelionato. O desaparecimento da mulher ocorreu em janeiro deste ano.

Detalhes do Golpe e Prejuízos

Segundo a DEFD, a suspeita utilizava uma agência de viagens devidamente registrada, com CNPJ em seu nome, para aumentar a credibilidade e confiança das vítimas. Para reforçar a imagem, ela participou de algumas viagens junto aos clientes. Após a venda dos pacotes, no entanto, a suspeita desviou os valores recebidos, cessando a comunicação com as vítimas e desaparecendo. O prejuízo individual relatado por alguns clientes chegou a R$ 30 mil, considerando despesas de toda a família. Uma festa de confraternização planejada para o final de 2024, também paga pelos clientes, foi cancelada pela suspeita sem ressarcimento.

Uma dona de casa, Maria das Graças do Nascimento, relatou à reportagem: "300 pessoas pagaram R$ 180 cada, ela simplesmente bateu o pé e disse que não devolvia. Sendo que a culpa era dela, que ela quem cancelou a festa. A festa não teve, enrolou todo mundo"

Testemunhos de Vítimas

A comerciante Ivaneide Souza descreveu a compra de uma viagem para o Natal Luz em Gramado (RS), cancelada pela suspeita sob a alegação de problemas causados por enchentes ocorridas no primeiro semestre de 2024. "Um mês antes ela disse que não ia poder fazer essa viagem por conta de um problema que deu lá em Gramado. Disse que ia ser na Páscoa, e de lá pra cá ela não deu mais notícias nem nada", relatou Ivaneide em entrevista no dia 10 de janeiro. A mesma justificativa foi utilizada para cancelar a viagem do servidor público Manoel Rodrigues, prevista para janeiro. "Eu tinha uma viagem agora dia 5, que foi adiada, com ela alegando que foi aquele problema de Gramado, da enchente. Aí eu disse a ela que não queria mais ir, porque a gente se programa…Ela disse que reembolso não é fácil, que a empresa tem até um ano pra reembolsar", contou Manoel.

Uma família que gastou R$ 30 mil em uma viagem com cruzeiro para cinco pessoas também foi vítima do golpe, sem receber nenhuma notícia da suspeita após o pagamento. "Ninguém dá notícias do paradeiro dela. Ela não atende WhatsApp, ela não atende residência, ninguém sabe onde ela está", lamentou uma das vítimas que preferiu não se identificar.

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