Festival ‘Boteco de Natal’ gera polêmica com condições para permissionários da Redinha

A inclusão dos permissionários do antigo Mercado da Redinha no festival “Boteco de Natal” gerou controvérsia devido às condições impostas pela prefeitura. A reunião entre os representantes dos permissionários e a administração municipal definiu a participação dos comerciantes, mas estabeleceu limites na elaboração dos cardápios, no uso de boxes e na retenção de parte dos lucros.

Condições e Limitações

Segundo Rodrigo Dantas, representante dos permissionários, foram disponibilizados até quatro boxes para o grupo, com revezamento ou trabalho simultâneo de até quatro profissionais por box. No entanto, a empresa organizadora do festival reterá 80% do lucro das vendas de bebidas e 20% do lucro dos alimentos. Além disso, os permissionários estão proibidos de criar cardápios próprios e de utilizar suas máquinas de pagamento. Os valores arrecadados serão repassados somente após dois dias. "Isso é uma situação que o pessoal ficou revoltado, porém, pelo fato de fazer três anos que estamos sem poder trabalhar no mercado, acabaram cedendo a essa situação", desabafou Rodrigo.

Críticas e Reivindicações

O vereador Daniel Valença (PT) criticou a falta de diálogo da prefeitura na tomada de decisão. Segundo ele, a decisão foi tomada sem debate com os permissionários, que são os principais interessados. "Tentamos mediar, apresentar alternativas que contemplassem todos os permissionários, mas infelizmente, como tudo dessa gestão, as coisas vêm prontas, sem debate", afirmou.

Mudança de Data e Situação do Mercado da Redinha

O início do evento, inicialmente marcado para 15 de dezembro, foi adiado para 26 de dezembro. O Mercado da Redinha, atualmente em reforma e renomeado como Complexo Cultural da Redinha, encontra-se sem atividades desde abril de 2022. A gestão municipal planeja, após a conclusão das obras, licitar o espaço para concessão a uma empresa privada. Essa medida gera incertezas sobre o futuro dos permissionários no local.

Insatisfação e Economia Local

Os permissionários, que atuavam no antigo mercado e quiosques próximos, expressam insatisfação por não terem sido incluídos no festival e continuam trabalhando de forma improvisada na praia da Redinha, com baixa rentabilidade. Rodrigo Dantas acredita que a iniciativa não beneficia a economia local, favorecendo apenas bares de outros bairros.

O Futuro do Complexo Cultural da Redinha

O Complexo Turístico da Redinha abrange uma área de 16.580,60 m², incluindo o mercado público, deck, estacionamento, estação de tratamento de esgoto, prédio anexo e áreas de circulação. No entanto, a faixa de praia, a igreja e estacionamentos próximos estão excluídos do contrato de concessão. A parceria público-privada (PPP) permite a exploração comercial do espaço, com retorno dos antigos permissionários, através de contratos iniciais de quatro anos. Os valores de locação para esses permissionários serão de R$ 650 mensais, com isenção no primeiro ano e descontos progressivos nos anos seguintes: 75% no segundo ano, 50% no terceiro, 25% no quarto, 12,5% no quinto e 5% no sexto ano, caso o contrato seja renovado.

O edital também obriga a preservação da identidade cultural e gastronômica local, garantindo a comercialização da tradicional ginga com tapioca. O projeto do novo mercado inclui sete restaurantes, 33 boxes, praça de alimentação, mirante, píer, deck para embarcações e uma varanda panorâmica. Obras de infraestrutura urbana, iluminação, mobilidade e proteção costeira já foram concluídas no entorno do complexo. Adicionalmente, 10% das receitas líquidas acessórias devem ser investidas em melhorias para o bairro da Redinha, e até 30% dos funcionários do complexo devem ser moradores da região.

A prefeitura não se pronunciou sobre o caso até o fechamento desta matéria.

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