O custo da cesta básica em Natal sentiu o impacto da alta expressiva no preço do tomate em abril de 2025, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estudos Econômicos (Dieese). O aumento de 32,91% no valor do tomate, que passou de R$ 75,84 para R$ 100,80 (considerando a compra de 12 kg mensais), foi um dos principais fatores que contribuíram para a elevação do custo total da cesta.
Apesar da redução nos preços de oito dos doze produtos que compõem a cesta básica, o aumento do tomate foi suficiente para impulsionar o preço final para R$ 657, um acréscimo de 3,23% em relação a março.
Apesar do aumento, a cesta básica de Natal ainda figura entre as cinco mais baratas das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. São Paulo apresenta a cesta mais cara (R$ 909,25), enquanto Aracaju possui o menor custo (R$ 579,93). No Nordeste, Fortaleza se destaca com a cesta mais cara, atingindo R$ 746,52.
Na comparação anual, o preço da cesta básica em Natal subiu 3,92% em relação a abril de 2024, o menor aumento entre as capitais analisadas. Apenas Salvador e Aracaju apresentaram variações menores, com ligeiras quedas nos preços. Inclusive, essa alta pode impactar o endividamento, como vimos em "Endividamento em Natal: Proporção de famílias com dívidas tem leve queda em abril de 2025, mas ainda supera média nacional".
No acumulado dos primeiros quatro meses de 2025, a alta do preço da cesta básica na capital potiguar foi de 6,43%.
Reduções e Aumentos de Preços:
Entre março e abril de 2025, os seguintes produtos apresentaram queda nos preços médios:
- Farinha de mandioca (-6,66%)
- Arroz agulhinha (-5,29%)
- Leite integral UHT (-5,17%)
- Óleo de soja (-3,51%)
- Açúcar cristal (-3,28%)
- Banana (-2,27%)
- Manteiga (-0,55%)
- Pão francês (-0,14%)
Por outro lado, registraram aumento:
- Tomate (32,91%)
- Café em pó (5,21%)
- Carne bovina de primeira (0,93%)
- Feijão carioca (0,54%)
Café em Pó: Aumento Acumulado em um Ano Ultrapassa 100%
O preço do café em pó em Natal apresentou um aumento expressivo de 103,16% na comparação entre abril de 2024 e abril de 2025, segundo o Dieese. O valor de 300g do produto saltou de R$ 10,13 para R$ 20,58.
Outros produtos que também registraram aumentos significativos no período de um ano foram a carne bovina de primeira (24,38%), o óleo de soja (24,11%), o leite integral UHT (13,63%), o pão francês (3,26%) e a manteiga (0,25%).
Em contrapartida, houve queda nos preços acumulados do feijão carioca (-22,64%), da farinha de mandioca (-13,75%), do tomate (-11,30%), do arroz agulhinha (-9,70%), da banana (-8,17%) e do açúcar cristal (-5,34%).
Quase Metade do Salário Mínimo Comprometido com a Cesta Básica
De acordo com o Dieese, em abril de 2025, o trabalhador natalense que recebe um salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 95 horas e 13 minutos para adquirir a cesta básica. Em março, eram necessárias 92 horas e 14 minutos. Em abril de 2024, com o salário mínimo de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 98 horas e 31 minutos.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 46,79% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica em abril de 2025, um aumento em relação aos 45,33% gastos em março. Em abril de 2024, o comprometimento da renda líquida era de 48,41%.