A Vigilância Sanitária de Natal está investigando um surto de intoxicação alimentar que afetou pelo menos oito pessoas após o consumo de peixe em um restaurante da capital potiguar. Os casos, todos registrados nesta semana, levaram à internação de dois pacientes, segundo a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap).
As autoridades de saúde consideram a situação um surto, dado o número de pessoas envolvidas. Equipes da Vigilância em Saúde e da Vigilância Sanitária de Natal realizaram uma inspeção no restaurante na quarta-feira (7), coletando amostras de alimentos para análise laboratorial. "Durante a visita, foram coletadas amostras dos alimentos que foram enviadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Lacen)", informou a Secretaria de Saúde em nota.
A investigação ocorre em um momento em que a Sesap já havia emitido uma nota técnica, em 16 de abril, alertando para o risco de intoxicação por ciguatera, uma condição pouco conhecida no Brasil, mas comum em regiões tropicais e subtropicais.
Diana Rêgo, coordenadora de Vigilância em Saúde do RN, pondera: "É importante destacar que, nestes casos desta semana, a gente não tem a confirmação ainda de que há contaminação do peixe pela toxina e de que é um diagnóstico de ciguatera. Existem vários diagnósticos que estão sendo investigados".
É importante que a população de Natal esteja atenta a essas questões de saúde. Recentemente, a Natal criou Comissão Permanente de Segurança Pública, mostrando um esforço contínuo para proteger seus cidadãos, e essa investigação da Vigilância Sanitária se alinha com essa preocupação.
O que é Ciguatera?
A ciguatera é uma intoxicação alimentar causada por ciguatoxinas, produzidas por um micro-organismo marinho chamado Gambierdiscus toxicus, que se desenvolve em recifes de corais. Peixes herbívoros consomem esses organismos, e as toxinas se acumulam ao longo da cadeia alimentar, afetando peixes carnívoros que, por sua vez, podem ser consumidos por humanos.
As ciguatoxinas são encontradas principalmente no fígado, intestinos, ovas e cabeça dos peixes. Elas não possuem cor, sabor ou cheiro, e não são destruídas pelo cozimento ou congelamento.
Sintomas da Intoxicação
Os sintomas da ciguatera podem ser divididos em três categorias:
Sintomas Gastrointestinais: Iniciam-se entre poucos minutos e 48 horas após o consumo, com dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia.
Manifestações Neurológicas: Podem durar de dias a meses, incluindo disestesia paradoxal (inversão térmica), astenia, parestesias, disestesias intensas, cefaleias, mialgias, cãibras, sabor metálico na boca, fraqueza muscular e visão turva.
Alterações Cardiovasculares: São transitórias e incluem bradicardia, hipotensão arterial, bloqueio da condução cardíaca ou choque cardiogênico.
O tratamento para ciguatera é de suporte, visando aliviar os sintomas e garantir a hidratação do paciente. Não existe um tratamento específico para a toxina.
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