A manhã desta quinta-feira (26) foi marcada por tensão e confronto na sede da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Natal (STTU). Integrantes de movimentos sociais e guardas municipais entraram em choque momentos antes de uma reunião crucial do Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, que viria a aprovar um reajuste na tarifa de ônibus da capital potiguar.
O tumulto teve início quando manifestantes, representando o Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Umes), tentaram acessar o prédio da STTU para protestar contra o aumento iminente da tarifa. A alegação da guarda municipal foi a de que, apesar da reunião ser aberta, o espaço não comportaria todos os manifestantes presentes, enquanto a reunião reunia 34 conselheiros aptos a votar.
A situação escalou rapidamente, com guardas municipais utilizando spray de pimenta para conter o avanço dos manifestantes. O gás atingiu não apenas os manifestantes, mas também conselheiros que se encontravam na sala de reunião, incluindo o vereador Robson Carvalho, representante da Câmara Municipal, e Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn (sindicato das empresas de transporte). Alguns conselheiros foram obrigados a utilizar máscaras para prosseguir com a sessão.
Apesar do conflito, a reunião do Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana seguiu adiante. A pauta principal era o reajuste da tarifa de ônibus, e, ao final da votação, a proposta foi aprovada por 18 votos a favor, 7 contrários e 1 abstenção. Com isso, a tarifa passará de R$ 4,50 para R$ 4,90, representando um aumento de aproximadamente 8,8%. A tarifa de ônibus em Natal já havia sido tema de debate recentemente.
A decisão do conselho agora aguarda a sanção do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), que deverá assinar um decreto para que a nova tarifa entre em vigor. Segundo a secretária da STTU, Daliana Bandeira, a expectativa é que o novo valor comece a ser cobrado já a partir do domingo (29). Daliana justificou que o aumento foi calculado com base no aumento dos custos de insumos como óleo diesel, pneus, lubrificantes e salários dos motoristas.
O conflito na STTU e a subsequente aprovação do aumento da tarifa de ônibus evidenciam a tensão entre o poder público, os trabalhadores do setor de transportes e os cidadãos, que manifestam sua insatisfação com o aumento do custo de vida. O caso chama a atenção para a necessidade de debates mais inclusivos e transparentes sobre políticas públicas que impactam diretamente o dia a dia da população.
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