O dólar encerrou o último pregão de 2024 cotado a R$ 6,1797, após intervenção do Banco Central do Brasil (BC). Apesar do recuo no dia, a moeda americana acumulou uma valorização de 27,35% ao longo do ano.
A alta expressiva do dólar em 2024 foi impulsionada por uma combinação de fatores, tanto externos quanto internos. Entre os elementos de influência, destacaram-se os conflitos internacionais, o patamar dos juros nos Estados Unidos e as incertezas relacionadas às contas públicas do Brasil.
No final do ano, as atenções do mercado financeiro se concentraram no cenário fiscal brasileiro, especialmente após o anúncio do pacote de corte de gastos do governo em novembro, cuja eficácia foi questionada por investidores. Essa apreensão decorre da necessidade do governo em atingir a meta de déficit zero em 2024 e 2025, conforme estabelecido pelo arcabouço fiscal, que define as regras para o controle das contas públicas.
A relação entre as preocupações fiscais e a valorização do dólar é explicada da seguinte forma:
- A falta de controle dos gastos eleva o risco de aumento da dívida pública.
- Um país mais endividado tem menor capacidade de cumprir seus compromissos financeiros, tornando-se um investimento mais arriscado.
- Investimentos de maior risco exigem juros mais elevados para atrair investidores.
- Com países mais seguros oferecendo melhores taxas de juros no exterior, o Brasil perde atratividade.
- A baixa atratividade do Brasil leva investidores a retirar dólares do país, desvalorizando o real.
O aumento da dívida bruta do país gerou projeções pessimistas, intensificando a alta do dólar. Entre 6 de novembro e 17 de dezembro, a moeda americana saltou de R$ 5,67 para R$ 6,07, um incremento de 7,40% em um curto período.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), também foi afetado por esse cenário. Apesar de ter se mantido estável nesta segunda-feira, o índice acumulou perdas de 10,36% ao longo de 2024.
No fechamento do dia, o dólar registrou queda de 0,22%, cotado a R$ 6,1797. Atingiu uma máxima de R$ 6,2422 durante o pregão. Os resultados do dia levaram a um acumulado de:
- Alta de 2,99% no mês;
- Avanço de 27,35% no ano.
Na última sexta-feira (27), a moeda americana fechou com alta de 0,26%, cotada a R$ 6,1932.
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