A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de fevereiro, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela um aumento no número de famílias brasileiras com dívidas a vencer. O índice atingiu 76,4%, um crescimento de 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação a janeiro de 2025. Apesar do aumento mensal, houve uma leve diminuição de 1,5 p.p. em comparação com fevereiro do ano anterior, quando o percentual foi de 77,9%.
Apesar do aumento no endividamento, a pesquisa indica uma busca por melhores condições de crédito para quitar dívidas antigas. Esse movimento é acompanhado por uma redução nas dívidas em atraso, que atingem 28,6% das famílias, marcando o terceiro recuo consecutivo. O percentual de famílias que não conseguem pagar suas dívidas também apresenta queda, chegando a 12,3%. Em linha com esse tema, é importante notar que o Rio Grande do Norte registra superávit de US$ 5,1 milhões no comércio exterior em fevereiro, indicando uma melhora na economia local.
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, analisa: “O recuo na taxa média de juros cobrada aos consumidores pode estar levando as famílias a se preocuparem mais com os encargos das contas vencidas. Assim, começam a considerar a troca de crédito como uma opção vantajosa”.
Dados do Banco Central do Brasil confirmam essa tendência, com um aumento constante nas concessões de crédito, demonstrando que as famílias estão dispostas a assumir novas dívidas para regularizar sua situação financeira. Esse cenário se reflete nas finanças locais, como visto em Prefeitura de Natal antecipa pagamento de fevereiro para servidores, injetando R$79,6 milhões na economia local, impulsionando a economia.
Além da diminuição nas contas em atraso, o estudo também revela uma queda no percentual de famílias com dívidas em atraso há mais de 90 dias, representando agora 48,2% dos endividados – o menor índice desde julho de 2024. Outro ponto positivo é a redução no número de consumidores com mais da metade da renda comprometida com débitos, que caiu para 20,5%, o menor patamar desde novembro de 2024.
Contudo, a pesquisa aponta um aumento na percepção de endividamento entre os entrevistados. O índice de pessoas que se consideram “muito endividadas” subiu para 16,1%, o maior percentual desde setembro de 2024. Isso ocorre mesmo quando o Governo do RN injeta R$ 592 milhões na economia com o pagamento de servidores.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, conclui: “As nossas projeções indicam que o endividamento deverá continuar a crescer ao longo deste ano, com as famílias demonstrando mais confiança em usar crédito para consumo e quitação de dívidas passadas, mesmo com os juros elevados. Além disso, a inadimplência deve continuar a diminuir em 2025.”
Em contrapartida, o número de pessoas que afirmam não ter dívidas diminuiu para 23,5%, o que acende um alerta sobre a percepção do endividamento no país. A situação em Natal é complexa, pois a cesta básica em Natal tem o segundo maior custo do Nordeste em fevereiro, aponta Dieese.
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