Estados Unidos Ampliam Taxação sobre Produtos Brasileiros a Partir de 2025, Gerando Preocupação na CNI

O governo dos Estados Unidos anunciou, na última quarta-feira (2), a implementação de uma tarifa adicional de 10% sobre uma vasta gama de produtos originários do Brasil. A medida entrará em vigor a partir de 5 de abril de 2025 e se soma às tarifas já aplicadas nos dois meses anteriores, que impactaram as importações de aço, alumínio, veículos e autopeças, com uma taxa de 25%. A decisão ocorre em um momento em que o Brasil busca fortalecer seu protagonismo no cenário global, como defendido por Lula.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a nova taxação afetará principalmente bens intermediários (insumos industriais) e bens de capital, segmentos nos quais o Brasil se destaca como um dos principais fornecedores para o mercado norte-americano. A CNI alerta que essas tarifas adicionais podem resultar em aumento de custos para os consumidores nos EUA, exercendo pressão inflacionária e comprometendo a competitividade dos produtos fabricados nos Estados Unidos.

Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, enfatizou que “Ao vender bens intermediários e insumos, o Brasil impacta diretamente o custo de produção nos EUA. Esse aumento de custos pode levar a uma pressão inflacionária e elevar os preços, tornando os produtos americanos menos competitivos no mercado global”.

Produtos Brasileiros Mais Afetados

A lista dos produtos mais impactados pelas novas tarifas inclui:

  • Produtos semimanufaturados, de ferro ou aços: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 59,9% das vendas; adicional de 25% de tarifa.
  • Ferro fundido bruto não ligado: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 58,1% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Café não torrado, não descafeinado: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 25,8% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Pasta química de madeira de não conífera: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 79,6% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Preparações alimentícias e conservas, de bovinos: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 66% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 53,6% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Sucos de laranja não congelados, não fermentados: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 75,8% das vendas; adicional de 10% de tarifa.
  • Niveladores: O Brasil lidera o fornecimento para os EUA com 83% das vendas; adicional de 10% de tarifa.

Os Estados Unidos permanecem como o principal destino das exportações brasileiras, notadamente no setor da indústria de transformação. Em 2024, o Brasil exportou US$ 31,6 bilhões para o mercado norte-americano, gerando empregos e contribuindo positivamente para a economia brasileira. O Rio Grande do Norte também sente os impactos do comércio exterior, como demonstrado no superávit registrado em fevereiro.

Diante desse cenário, a CNI está organizando uma missão aos EUA na primeira quinzena de maio, com o objetivo de fortalecer as relações comerciais e buscar soluções para facilitar o comércio entre os dois países. A comitiva também pretende prospectar novos mercados para os produtos brasileiros e mitigar os impactos negativos das tarifas sobre o comércio bilateral. Vale lembrar que o RN pode sentir impacto na exportação de frutas devido a essas tarifas.

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