Operação Pleonexia desmantela esquema de pirâmide financeira com energia solar e R$ 151 milhões em desvio

PF e Receita Federal investigam empresa de energia solar que oferecia rendimentos de até 5% por mês para investidores

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram, nesta terça-feira (25), a Operação Pleonexia, visando desarticular uma organização criminosa especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. A investigação apura o funcionamento da empresa Alpha Energy Capital, com escritórios em **Natal (RN)** e Barueri (SP), que prometia altos rendimentos a investidores por meio da comercialização de créditos de energia solar.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso atraía investidores com a promessa de rendimentos mensais entre 4% e 5%, um percentual considerado insustentável e que levantou fortes suspeitas de fraude. A PF cumpriu um mandado de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão em **Natal**, Barueri e Goiânia (GO). O líder da organização foi preso e é apontado como o principal articulador do esquema.

Falsa estrutura de energia solar

A empresa divulgava um portfólio com 11 usinas de energia solar, alegando uma capacidade de geração de 1.266.720 kWh/mês. No entanto, a investigação revelou que apenas uma usina estava efetivamente conectada à rede de distribuição de energia, com uma geração de apenas 28.325 kWh. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a Alpha Energy Capital não possui registro de empreendimentos de geração de energia e nem pedidos de outorga em seu nome.

Uma pesquisa na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também demonstrou que a empresa não é associada à entidade, o que a impede de negociar energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre, conforme as normas do setor.

Desvio de recursos e movimentação milionária

As investigações apontam que grande parte dos valores captados dos investidores era desviada para a aquisição de bens de luxo, como imóveis, veículos de alto padrão e joias. O montante movimentado pela organização criminosa ultrapassa R$ 151 milhões, provenientes de aproximadamente 6.300 pessoas, distribuídas em 732 cidades brasileiras.

A Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de cerca de R$ 244 milhões em bens dos envolvidos, com o objetivo de ressarcir as vítimas e garantir o pagamento de multas e custas processuais.

Histórico criminal do líder

O líder da organização criminosa já possui condenação por tráfico internacional de drogas e responde a processos por estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro, relacionados a um golpe praticado em 2021 com uma plataforma de apostas esportivas. Para ocultar seu envolvimento na empresa, ele utilizava terceiros para divulgar a falsa oportunidade de investimento e celebrar os contratos fraudulentos.

O nome da operação, Pleonexia, de origem grega, significa “ganância excessiva” ou “ambição desmedida”, refletindo o objetivo do grupo de obter vantagens financeiras ilícitas em prejuízo de milhares de investidores.

Diante da grande quantidade de vítimas e da abrangência territorial da ação criminosa, a Polícia Federal disponibilizou um guia para o registro de comunicação online dos crimes financeiros apurados na Operação Pleonexia, visando identificar todas as vítimas, quantificar os valores investidos e os prejuízos sofridos.

Em **Natal**, a prefeitura tem intensificado o rastreamento do câncer de mama com mamografias itinerantes na Redinha. A cidade também ampliou a vacinação contra Covid-19.