O Exército de Israel anunciou no sábado, 7 de junho, a recuperação do corpo de Nattapong Pinta, um cidadão tailandês que havia sido sequestrado durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Paralelamente, relatos de Gaza indicam que ataques aéreos israelenses resultaram na morte de dezenas de pessoas, intensificando ainda mais a crise humanitária na região.
Resgate do corpo e acusações mútuas
Israel Katz, ministro da Defesa israelense, confirmou que o corpo de Pinta foi encontrado na área de Rafah, no sul de Gaza. O refém estava sob custódia das Brigadas Mujahedeen, um grupo militante palestino. A família de Pinta, na Tailândia, já foi informada sobre a recuperação de seus restos mortais.Nattapong Pinta, que trabalhava na agricultura, foi sequestrado no kibutz Nir Oz, uma comunidade israelense próxima à fronteira com Gaza. Durante o ataque inicial do Hamas, um quarto da população do kibutz foi morto ou feito refém, marcando um dos episódios mais trágicos do conflito.Os militares israelenses declararam que Pinta foi capturado vivo e posteriormente assassinado por seus sequestradores. As Brigadas Mujahedeen também são acusadas de matar e manter os corpos de dois reféns israelenses-americanos, cujos restos mortais foram recuperados nesta semana. Até o momento, não houve pronunciamento oficial das Brigadas Mujahedeen ou do Hamas sobre as acusações.As forças armadas de Israel alegam que as Brigadas Mujahedeen ainda detêm o corpo de outro cidadão estrangeiro. Acredita-se que, dos 55 reféns restantes, apenas cerca de 20 ainda estejam vivos. As autoridades israelenses também acusam as Brigadas Mujahedeen de terem assassinado Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos, cujos corpos teriam sido devolvidos durante um cessar-fogo que colapsou em março.Ataques aéreos e crise humanitária
Enquanto isso, a situação humanitária em Gaza se agrava. Fontes médicas locais reportaram que 45 pessoas morreram em decorrência de ataques aéreos israelenses no sábado. Em um dos incidentes mais graves, pelo menos 15 palestinos foram mortos e 50 ficaram feridos em ataques aéreos no distrito de Sabra, na cidade de Gaza. Testemunhas relataram que um prédio residencial foi o alvo principal, mas a explosão danificou diversas outras casas nas proximidades.O Exército israelense não se manifestou imediatamente sobre o ataque, mas posteriormente emitiu um alerta para que os moradores do distrito vizinho de Jabalia evacuassem a área, antecipando novos ataques em resposta ao lançamento de foguetes por militantes.Autoridades de saúde palestinas alertam que os hospitais em Gaza possuem combustível para apenas mais três dias, e que Israel estaria impedindo o acesso de agências de ajuda humanitária aos depósitos de combustível destinados às unidades hospitalares. Até o momento, não houve resposta dos militares israelenses ou da Cogat, a agência de defesa israelense responsável pela coordenação de questões humanitárias com os palestinos.A ONU tem emitido alertas constantes sobre o risco de fome que paira sobre a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, após 11 semanas de bloqueio israelense. A taxa de crianças com desnutrição aguda quase triplicou, evidenciando a gravidade da crise.A distribuição de ajuda humanitária foi interrompida na sexta-feira, após a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) alegar que a superlotação tornou as operações inseguras. A GHF também informou que não conseguiu retomar a distribuição no sábado devido a “ameaças diretas” do Hamas, o que foi negado por uma autoridade do grupo em declarações à Reuters.Flotilha da liberdade se aproxima de gaza
Paralelamente a essa crise humanitária, a Flotilha da Liberdade, uma coalizão de ativistas que se opõe ao bloqueio de Gaza, se aproxima do território palestino com o objetivo de entregar alimentos e medicamentos. A embarcação, chamada Madeleine, partiu de um porto italiano e conta com a participação de ativistas de diversos países, incluindo o brasileiro Thiago Ávila e a ativista sueca Greta Thunberg.O jornal israelense The Jerusalem Post informou que fontes militares israelenses afirmaram que a embarcação não será autorizada a atracar em Gaza. Thiago Ávila relatou que a embarcação está a cerca de 430 quilômetros de Gaza e que os ativistas esperam chegar ao território em breve. Ele também denunciou que Israel estaria ameaçando interceptar a missão e atacar a embarcação. Greta Thunberg justificou sua participação na missão, afirmando que não há justiça climática com a ocupação ilegal do território palestino e o genocídio do povo palestino.Compartilhe
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