O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu, nesta segunda-feira (28), um papel mais ativo do BRICS na mediação de conflitos regionais. A declaração foi feita durante a abertura da reunião de chanceleres do bloco no Rio de Janeiro.
Vieira enfatizou que o BRICS, composto por 11 nações emergentes, possui uma posição privilegiada para contribuir com a paz e a estabilidade no cenário mundial. O ministro ressaltou a importância de o bloco atuar como um agente de cooperação, evitando o confronto.
Liderança pelo Exemplo
“Devemos liderar pelo exemplo, reafirmando nossa crença em um mundo multipolar onde a segurança não é privilégio de poucos, mas um direito de todos”, afirmou Vieira. Ele adicionou que o grupo reconhece os interesses estratégicos e legítimos de cada membro, promovendo uma abordagem diplomática para a resolução de disputas internacionais. A recente notícia sobre Brasil conquistar novo mandato no Comitê da Paz da ONU para 2025-2026 reforça esse compromisso do país com a paz.
Grupo de Amigos da Paz e o Conflito na Ucrânia
Em relação à guerra na Ucrânia, Vieira lembrou a iniciativa liderada pelo Brasil e pela China em setembro do ano anterior, que resultou na criação do Grupo de Amigos da Paz, em Nova York. Esse grupo reúne países do Sul Global com o objetivo de encontrar uma solução política para o conflito. “Permanecemos comprometidos em continuar trabalhando pela paz e por uma solução política para o conflito”, garantiu o ministro. Esse esforço se alinha com outras iniciativas brasileiras, como a discussão sobre IA na Saúde durante a Presidência do BRICS em 2025, que visa promover o bem-estar global.
Cúpula de Chefes de Estado e Desafios Globais
O encontro no Rio de Janeiro antecede a cúpula de chefes de Estado e de governo do BRICS, agendada para os dias 6 e 7 de julho, também na cidade. Durante a reunião preparatória, os ministros debateram desafios globais como a pobreza, as mudanças climáticas e a necessidade de fortalecer o multilateralismo. Vieira reiterou que o BRICS está em uma posição estratégica para promover a paz e a estabilidade por meio do diálogo, do desenvolvimento e da cooperação multilateral. Essa cúpula ocorre em um momento crucial, logo após o Brasil assumir a presidência do Brics, com a expansão do bloco e desafios de governança.
Crise Humanitária em Gaza
O ministro Vieira também abordou a situação crítica em Gaza, onde a violência tem gerado grande sofrimento humanitário. Ele apelou para o cumprimento integral do acordo de cessar-fogo e para o engajamento em busca de uma cessação permanente das hostilidades. “É necessário assegurar a retirada total das forças israelenses de Gaza, assegurar a libertação de todos os reféns e detidos e garantir a entrada de assistência humanitária”, declarou.
O BRICS: Cooperação e Ordem Internacional
O BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, representa uma parcela considerável da população e da economia mundial. O grupo tem como objetivo fortalecer a cooperação entre países em desenvolvimento e emergentes, defendendo uma ordem internacional mais justa e equilibrada. Alinhado a isso, o Brasil busca ativamente cooperação ambiental com a China, focando no financiamento e proteção de florestas tropicais, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade global.
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