O grupo dos Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, demonstrou um desempenho econômico notável em 2024, superando a média global. De acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Mundiais do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brics alcançou um crescimento de 4%, enquanto a média mundial ficou em 3,3%.
As projeções para 2025 indicam que o bloco continuará a expandir, com uma estimativa de crescimento de 3,4%, contrastando com a média global prevista de 2,8%. Essa performance ressalta a crescente importância do Brics no cenário econômico mundial, especialmente agora que o Brasil assume presidência do Brics.
Participação na Economia Global
Atualmente, o Brics já representa 40% do PIB mundial, com expectativa de alcançar 41% ainda este ano. Em comparação, os países do G7, que reúnem as economias mais desenvolvidas, detêm uma participação de aproximadamente 28%. A disparidade no crescimento é igualmente significativa: o Brics registrou uma média de 4% em 2024, enquanto o G7 apresentou apenas 1,7% no mesmo período, com uma projeção ainda menor de 1,2% para 2025.
Rodrigo Cezar, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta a heterogeneidade interna do grupo como um fator crucial para seu sucesso. “É importante falar aqui de uma heterogeneidade, uma diferença interna nos países do Brics. Isso gera desafios e oportunidades”, afirmou. Ele destaca que a localização estratégica de países como Brasil e Índia permite o desvio do comércio de regiões instáveis, como o Oriente Médio, enquanto países com maior instabilidade interna, como a Rússia, são incentivados a investir em infraestrutura, impulsionando assim o crescimento. O bloco também busca maior protagonismo na resolução de conflitos globais.
Fatores de Crescimento
A vasta população dos países membros do Brics – que representam mais de 40% da população mundial – é um fator determinante para a expressiva participação do bloco na economia global. Além disso, países como Brasil, Rússia e África do Sul são importantes fornecedores de *commodities* essenciais, como energia, alimentos e minerais, o que reforça sua relevância econômica. No Brasil, a arrecadação federal atingiu um recorde em 2024, impulsionada pela atividade econômica.
China e Índia se destacam como líderes de crescimento dentro do Brics. As projeções para 2025 apontam Etiópia (6,6%), Índia (6,2%), Indonésia (4,7%), Emirados Árabes (4%) e China (4%) como os principais motores. A China, sozinha, representa 19,6% da economia global, seguida pela Índia (8,5%), Rússia (3,4%), Indonésia (2,4%) e Brasil (2,3%). A cooperação entre Brasil e China aprofunda a cooperação ambiental, o que pode impulsionar ainda mais o crescimento.
Contraponto à Hegemonia Ocidental
Além de sua relevância econômica, o Brics tem se consolidado como um contraponto à hegemonia dos países ocidentais. “É uma importância econômica, mas também política, por ser um contraponto à hegemonia dos Estados Unidos”, afirmou Cezar, destacando o crescimento do bloco como uma alternativa à dominação do G7. Além disso, o Brasil impulsiona a discussão sobre IA na Saúde durante a presidência do BRICS em 2025.
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