Os mercados financeiros globais enfrentam um período de turbulência após a imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos importados de diversos países, incluindo a China. A medida, anunciada pelo governo americano, é amplamente interpretada como o desencadeamento de uma potencial guerra comercial em escala global.
A alíquota imposta sobre produtos chineses atingiu 34%, um aumento de 20 pontos percentuais em relação ao que havia sido previamente indicado pela Casa Branca. Em resposta, o governo chinês retaliou com a aplicação de tarifas equivalentes sobre produtos americanos. Essa escalada nas tensões comerciais já provocou quedas significativas nas Bolsas de Valores e valorização do dólar em relação a outras moedas.
Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, avalia que o impacto dessas medidas aponta para um cenário de recessão na economia dos Estados Unidos. "Uma recessão nos Estados Unidos já é inevitável", afirma Vale, alertando para os potenciais desdobramentos da política tarifária.
O economista explica que a nova política tarifária deverá afetar negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. "Ficou muito fácil acontecer uma recessão nos Estados Unidos. O PIB é calculado com o consumo, mais o investimento, mais a exportação, menos a importação. No começo deste ano, a importação explodiu nos EUA, porque as empresas estavam se preparando para as tarifas de Trump. Isso vai fazer com que o PIB do primeiro trimestre caia", detalha.
Vale prevê que o aumento dos preços dos produtos, impulsionado pelas tarifas, levará a uma retração no consumo e nos investimentos, agravando ainda mais o cenário econômico. "A inflação vai subir e o poder de compra vai diminuir. A tendência de as pessoas retraírem o consumo é muito grande. Então, o PIB do primeiro trimestre muito provavelmente vai cair. No segundo, com o início do choque, também. Com dois trimestres de queda do produto, temos tecnicamente uma recessão." Esse cenário pode impactar também o Rio Grande do Norte, visto que Lula responde à tarifa dos EUA e RN pode sentir impacto na exportação de frutas.
Questionado sobre a direção da política comercial dos EUA, Vale acredita que o governo manterá sua postura atual. "Acredito que ele vai continuar. Muita gente fala que Trump está blefando. Não acho. Ele aumentou as tarifas no primeiro governo e essa elevação foi menor do que ele queria. Agora, dá sinais que vai mais longe." A imposição dessas tarifas pode levar outros países a adotarem medidas de retaliação comercial contra restrições de EUA e União Europeia.
Além da China, outros países como Canadá e membros da União Europeia também começaram a reagir, reforçando a percepção de um conflito comercial mais amplo. "Estamos realmente entrando numa guerra tarifária e isso é recessivo", conclui o economista. A imposição de tarifas também pode impactar o Mercado de brinquedos no Brasil impulsionado por novos negócios e inovação, assim como o recente Carnaval de Natal 2025 impulsiona economia local com R$ 196 milhões em negócios.
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