A queda da aeronave da Embraer, ocorrida na quarta-feira (25) no Cazaquistão, pode ter sido causada por um sistema de defesa aéreo russo. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26) pela agência Reuters, com base em relatos de quatro fontes ligadas à investigação do caso e uma fonte do governo dos Estados Unidos.
O avião, pertencente à Azerbaijan Airlines, caiu próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão, durante um voo com destino a Grózni, na Rússia. A tragédia resultou em 38 mortes de um total de 67 pessoas a bordo.
De acordo com as fontes da investigação azerbaijana, o avião foi atingido por disparos de um sistema de defesa russo. No dia do acidente, havia relatos de atividade de drones militares ucranianos na área próxima à fronteira sul da Rússia.
Um oficial do governo dos Estados Unidos, que preferiu não se identificar, também confirmou à Reuters que há “indicações preliminares” que apontam para o envolvimento do sistema de defesa russo no incidente.
Investigações preliminares sugerem que a aeronave foi atingida por um míssil do sistema de defesa antiaérea russo Pantsir-S. Além disso, o GPS do avião teria sofrido interferência de sistemas de guerra eletrônica durante a aproximação de Grozny, conforme informações da agência de notícias. As fontes da Reuters também afirmaram que o ataque não teria sido intencional, e os militares russos acreditavam que o alvo era um drone ucraniano.
O vice-primeiro-ministro do Cazaquistão, ao ser questionado sobre a hipótese, declarou que o governo “não confirma nem nega” o envolvimento de um míssil russo na queda da aeronave.
Imagens da aeronave divulgadas logo após o acidente revelaram orifícios na cauda. Um site de rastreamento de voos apontou que a aeronave apresentou oscilações de altitude por mais de uma hora, devido a problemas de interferência no GPS.
Até o momento da atualização desta reportagem, nenhum dos três países envolvidos nas investigações – Rússia, Cazaquistão e Azerbaijão – se pronunciou oficialmente sobre o assunto. O porta-voz do Kremlin declarou que Moscou não irá especular e aguardará as conclusões de uma investigação própria.
Inicialmente, na quarta-feira, a Rússia chegou a divulgar versões sobre o acidente, alegando que o avião teria se chocado contra pássaros e, posteriormente, enfrentado forte neblina.
O presidente do Parlamento do Cazaquistão, Ashimbayev Maulen, também informou que as causas do acidente ainda são desconhecidas, mas garantiu que nenhum dos três países envolvidos irá omitir informações sobre o ocorrido. “Nenhum desses países está interessado em esconder informações. Todas as informações serão disponibilizadas ao público,” assegurou Maulen.
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