Em um encontro de fim de ano no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu seus 38 ministros nesta sexta-feira (20) para uma discussão que abordou a delicada relação entre o governo e o mercado financeiro. Segundo relatos, Lula expressou aos presentes a necessidade de acalmar os ânimos com o setor, citando o posicionamento do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, sobre a urgência de uma relação mais harmoniosa.
O encontro ocorreu após o presidente retornar de São Paulo, onde se recuperava de uma cirurgia para remoção de um coágulo. A reunião teve como objetivo principal fechar o ano com a equipe ministerial e líderes do governo no Congresso, em um contexto de crescente preocupação do mercado com a responsabilidade fiscal e a eficácia das medidas de corte de gastos do governo.
A instabilidade do mercado, refletida na alta do dólar que chegou a atingir R$ 6,30, antes de apresentar ligeira queda, evidencia a tensão entre os agentes financeiros e as políticas governamentais. Em resposta, Lula enfatizou a importância de reduzir a tensão com o mercado, embora tenha manifestado desconforto com as taxas de juros elevadas, sem direcionar críticas diretas ao Banco Central, responsável pela definição da taxa Selic.
Este posicionamento foi interpretado por alguns ministros como uma mudança na postura do presidente em relação ao Banco Central. Em um momento simbólico, Lula convidou Galipolo para gravar um vídeo, no qual assegurou que ele será o presidente do BC com a maior autonomia da história, afirmando: “E eu quero te dizer que você será certamente o mais importante presidente do Banco Central que esse país já teve porque você vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve”.
Adicionalmente, Lula reforçou a importância do controle de gastos para a saúde financeira do país.
Próximos Passos e Defesa da Democracia
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, informou que o presidente planeja uma reunião ministerial em janeiro para avaliar o ano de 2024 e traçar as estratégias para 2025. Além disso, foi confirmada a realização de um ato em defesa da democracia no dia 8 de janeiro, marcando o segundo aniversário dos atos golpistas que culminaram com a invasão das sedes dos três poderes em Brasília.
O evento terá como objetivo reafirmar o compromisso com as instituições democráticas e a estabilidade do país.
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