Haddad aponta desafios fiscais: ‘Direita não quer pagar impostos, esquerda não quer conter gastos’

[VÍDEO] Direita não quer pagar impostos e esquerda não quer conter gastos, afirma Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a dificuldade de conciliar as visões opostas sobre política fiscal no Brasil. Em declaração feita durante um café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (20), Haddad afirmou que o discurso da pasta econômica tem gerado descontentamento tanto na esquerda quanto na direita.

Segundo o ministro, a resistência em relação ao pacote fiscal proposto pelo governo reflete um impasse ideológico: “Eu sei que esse discurso desagrada à esquerda e à direita. Um lado não quer contenção de gastos e outro não quer pagar imposto. Fica difícil. Direita não quer pagar os impostos. Esquerda não quer conter gastos. Como fecha as contas?”, questionou Haddad, ressaltando o desafio de equilibrar as finanças públicas diante de posições tão divergentes.

A tramitação do pacote fiscal no Congresso Nacional tem demonstrado essa polarização, com partidos da base governista, como o Psol, votando contra a urgência das medidas fiscais. Durante a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal na Câmara dos Deputados, três parlamentares do PT votaram contra no primeiro turno, número que caiu para dois no segundo turno. Apesar das dificuldades, o ministro expressou satisfação com a aprovação da proposta: “Não vou comentar voto a voto. Estou feliz que nós aprovamos”, declarou.

A declaração do ministro Haddad expõe a complexidade do cenário político-econômico brasileiro, em que a busca por um consenso em relação às medidas fiscais enfrenta forte oposição de diferentes espectros ideológicos. A necessidade de equilibrar as contas públicas e promover um ajuste fiscal esbarra nas divergências sobre quem deve arcar com os custos dessa política, evidenciando o desafio do governo em construir pontes entre as diferentes visões.

A votação da PEC que gerou divergências entre a base aliada do governo e a oposição está sendo observada com atenção, pois o pacote de medidas fiscais representa um ponto crucial para a estabilidade econômica do país e sinaliza o futuro da política econômica do governo. A declaração de Haddad, mesmo que pontual, demonstra o conflito interno no governo e com a oposição.

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