Jean Paul Prates declara ‘expulsão tácita’ do PT e critica caciquismo no RN

Jean Paul Prates afirma ter sido “tacitamente expulso” do PT

O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quarta-feira (23) que se sente “tacitamente expulso” do Partido dos Trabalhadores (PT). Em entrevista à rádio 98 FM, Prates revelou que não tem sido envolvido nas articulações políticas do partido para as eleições de 2026. As discussões sobre a Reforma eleitoral, que mira aprovação de novas regras até outubro, podem influenciar as próximas eleições.

“Eu acho que eu, meio que tacitamente, fui expulso, né? Porque você não é chamado para nada, não é consultado para nada… Fui senador pelo partido, fui líder do partido no Congresso Nacional, líder da minoria…”, declarou Jean Paul, evidenciando seu descontentamento com a atual situação.

Críticas à condução da pré-candidatura no RN

Durante a entrevista, Jean Paul Prates também teceu críticas à forma como a pré-candidatura de Cadu Xavier ao governo do Rio Grande do Norte está sendo conduzida. Ele classificou a decisão como uma prática de “caciquismo” por parte de aliados da governadora Fátima Bezerra. Vale lembrar que o Rio Grande do Norte reserva 5% das vagas em empresas terceirizadas para mulheres vítimas de violência, mostrando um esforço em políticas públicas.

Apesar das críticas, o ex-presidente da Petrobras ressaltou que uma eventual saída do partido dependerá de uma conversa com a governadora Fátima Bezerra, a quem ele credita sua entrada no PT em 2013. A governadora recentemente participou da inauguração da Barragem de Oiticica no RN com o presidente Lula. “É uma questão de respeito, é o respeito máximo que eu tenho por ela. (A saída do partido) claro que passa (pela conversa com Fátima). E a conversa tem uma pergunta só: o que é que o partido quer de mim? Se não tiver nada, eu vou fazer o quê? Então também não tem compromisso, não preciso”, explicou Prates.

Reconhecimento e futuro político

Jean Paul Prates reconheceu que sua trajetória política, incluindo o mandato no Senado e a presidência da Petrobras, foi impulsionada pelo apoio do partido. No entanto, ele enfatizou que isso não o obriga a permanecer no PT indefinidamente. “Eu sou muito agradecido ao PT, ao presidente Lula, a Fátima principalmente, por tudo isso. Mas também não vou ficar refém disso, né? Então assim, está quitado. Eu fiz um bom mandato no Senado, entreguei coisas para o Rio Grande do Norte, para o País. E na Petrobras eu não preciso falar nada. Eu entreguei o melhor resultado da história”, concluiu.

A declaração de Jean Paul Prates levanta questionamentos sobre o futuro de sua relação com o PT e seu papel nas próximas eleições. A conversa com a governadora Fátima Bezerra será crucial para definir os próximos passos do ex-senador.

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