Operação Contragolpe: militares presos por plano de golpe contra Lula e Moraes

Mineiro cobra punição a militares envolvidos em plano de golpe de Estado contra Lula e STF

A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Contragolpe, prendendo cinco militares e um policial federal suspeitos de planejar um golpe de Estado para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, previa a execução do golpe em 15 de dezembro de 2022.

Entre os presos estão o general da reserva Mário Fernandes, ex-assessor de Eduardo Pazuello; o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o major Rafael Martins de Oliveira e o major Rodrigo Bezerra de Azevedo, todos integrantes dos “kids pretos”, uma força especial do Exército; e Wladimir Matos Soares, policial federal. A PF cumpriu também três mandados de busca e apreensão. Os cinco militares detidos possuem formação em forças especiais e, segundo a investigação, utilizaram “elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas”.

O deputado federal Fernando Mineiro (PT-RN) se manifestou nas redes sociais, classificando o plano como “um precedente gravíssimo contra a República. É um ato de alta traição e prova de quebra de hierarquia nas Forças Armadas com mau uso das forças regulares e seu oficialato por parte da gestão bolsonarista, para um atentado contra a democracia brasileira”. Ele também cobrou punição rápida e certeira para os envolvidos, afirmando: “A Justiça precisa seguir agindo de forma rápida e certeira para punir esses criminosos que, em vez de protegerem a nação, atentam contra os direitos do povo brasileiro. Sem anistia para golpistas”.

Além das prisões, foram aplicadas 15 medidas cautelares, incluindo proibição de contato entre os investigados, proibição de deixar o país (com entrega de passaportes em 24 horas) e suspensão de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

A PF destaca que o plano incluía a prisão e a execução do ministro Alexandre de Moraes, que estava sendo monitorado. “O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘gabinete institucional de gestão de crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, informou a PF em nota. Os crimes investigados incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Vale ressaltar que esta não é a primeira operação relacionada a tentativas de golpe contra o governo Lula e o STF; em fevereiro, a PF já investigava um grupo que monitorava o ministro Alexandre de Moraes.

Mineiro reforçou a gravidade da situação, pontuando: “Mauro Cid e cinco militares planejaram tomar o poder e assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. É assustador ver que em menos de dois anos estamos frente a frente com três ataques absurdos à democracia”.