A Polícia Federal (PF) deflagrou na terça-feira (19) a operação “Contragolpe”, resultando na prisão de cinco militares suspeitos de planejar atentados contra figuras-chave do governo. A investigação revelou um plano detalhado, codinomeado “Punhal Verde e Amarelo”, que visava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin em 15 de dezembro de 2022.
O plano também incluía a captura e execução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, caso o golpe tivesse sucesso. Os suspeitos, todos militares com treinamento em forças especiais, planejaram a criação de um “gabinete institucional de gestão de crise” para lidar com a reação após os atos. A PF destaca o uso de conhecimentos técnico-militares avançados na elaboração do plano, indicando um alto nível de organização e planejamento.
Além das cinco prisões, a operação cumpriu três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Essas medidas incluem proibição de contato entre os investigados, restrições de viagem, recolhimento de passaportes e suspensão de funções públicas. O Exército Brasileiro colaborou no cumprimento dos mandados, que ocorreram em diferentes estados: Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
As investigações apontam para os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa. A PF afirma que a operação faz parte de um esforço contínuo para desmantelar grupos que representam ameaças à ordem constitucional brasileira. As investigações estão em andamento e a PF espera concluir o inquérito ainda este ano, buscando esclarecer completamente os eventos e as redes envolvidas nos planos golpistas de 2022.
A operação destaca a preocupação das autoridades com a crescente ameaça de grupos extremistas e a importância da vigilância e da ação rápida das forças de segurança para prevenir atos de violência política. A próxima etapa da investigação focará na identificação e na responsabilização de todos os envolvidos, desvendando a extensão da rede de apoio aos suspeitos e investigando potenciais conexões com outros grupos.
A PF não forneceu detalhes adicionais sobre os indivíduos presos ou as evidências reunidas até o momento, citando a necessidade de preservar o sigilo das investigações. A operação “Contragolpe” reforça a necessidade de um combate eficaz às ameaças à democracia e à ordem pública no país.