A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investigava a suposta organização criminosa que teria atuado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin em 2022. O relatório final, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (21), indica 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de Bolsonaro, estão indiciados o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem; os ex-ministros Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro Walter Souza Braga Netto (Casa Civil e Defesa). Outros 29 indivíduos também foram indiciados. A lista completa inclui: Ailton Gonçalves Moraes Barros, Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, Amauri Feres Saad, Anderson Lima de Moura, Angelo Martins Denicoli, Bernardo Romão Correa Netto, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, Carlos Giovani Delevati Pasini, Cleverson Ney Magalhães, Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Fabricio Moreira de Bastos, Fernando Cerimedo, Filipe Garcia Martins, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Helio Ferreira Lima, José Eduardo de Oliveira e Silva, Laercio Vergilio, Marcelo Bormevet, Marcelo Costa Câmara, Mario Fernandes, Nilton Diniz Rodrigues, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Rafael Martins de Oliveira, Ronald Ferreira de Araujo Júnior, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Tércio Arnaud Tomaz e Wladimir Matos Soares.
As acusações são de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A PF afirma que as provas foram coletadas ao longo de quase dois anos, por meio de diversas diligências, incluindo quebra de sigilos (telemático, telefônico, bancário e fiscal), colaboração premiada, buscas e apreensões, todas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.
A investigação identificou seis núcleos operacionais: o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado; o Jurídico; o Operacional de Apoio às Ações Golpistas; o de Inteligência Paralela; e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas. A PF detalhou que a estruturação em núcleos permitiu a individualização das condutas e a comprovação da existência da organização criminosa.
“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a PF em nota.
A Agência Brasil está tentando entrar em contato com os indiciados para obter seus posicionamentos.
Atualizado às 15h53