Cinco suspeitos de integrar uma quadrilha altamente armada foram mortos em confrontos com a polícia no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. A polícia acredita ter desarticulado o grupo responsável por crimes de grande impacto em Natal, incluindo o roubo de um carro-forte e o assalto a uma lanchonete. As operações resultaram na apreensão de um arsenal impressionante, com explosivos suficientes para, segundo a polícia, derrubar até helicópteros. O delegado Yuri Cabral, da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), relatou a descoberta de mais de 20 quilos de explosivos e munição de calibre .50, armamento de guerra com poder de penetração capaz de perfurar blindagens de carros-fortes. "Um vasto material explosivo… munição de ponto 50, arma de guerra, utilizada para parar motores de carro-forte", afirmou o delegado. O diretor da Deicor, delegado Joacir Rocha, destacou a preocupação com a apreensão das munições de calibre .50, explicando que: "Essas munições são utilizadas para derrubar helicóptero, para atirar contra carro-forte, então ultrapassa muitas blindagens". A quadrilha, que se autodenominava "Cangaço" e era descrita como "extremamente violenta" pelas autoridades, ostentava seu armamento em redes sociais e desafiava as autoridades, como alertou o secretário de Segurança e Defesa Social do RN, Coronel Francisco Araújo: "Eles estavam divulgando em todos os locais que eram o 'Novo Cangaço', que eles iam tomar o território do Rio Grande do Norte".
Os confrontos ocorreram em duas operações distintas. Três suspeitos – Wesley Victor (conhecido como Rosinha ou Bart Simpson), Rariel Douglas Celestino (conhecido como Branco) e Madson Roberto Alves Fonseca (conhecido como Pé de Chumbo) – foram mortos em Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife, Pernambuco. Outros dois, José Ari Dantas da Silva e José Carlos Renato Santos da Silva, morreram em Pureza, interior do Rio Grande do Norte, sendo um deles considerado pela Polícia Civil como o maior assaltante de bancos do Nordeste. Um sexto integrante da quadrilha permanece foragido após escapar de um cerco policial em Pernambuco. Durante as operações, um delegado e um policial civil do Rio Grande do Norte ficaram feridos, mas sem risco de vida. Além das armas e explosivos, a polícia apreendeu dinheiro, uniformes e grande quantidade de munição. A Deicor afirma que a quadrilha era especializada em roubos a bancos e veículos, furtos de caixas-fortes e explosões de caixas eletrônicos. Os crimes de maior impacto em Natal atribuídos à quadrilha incluem o roubo de malotes de um carro-forte em um supermercado no bairro Capim Macio, em 5 de agosto, que resultou na morte de um vigilante no dia seguinte; e o assalto a uma lanchonete no bairro Lagoa Nova, na Avenida Prudente de Morais, em 1º de dezembro, sem vítimas.
A polícia considera a operação um grande sucesso no combate à criminalidade organizada. A investigação está em andamento, buscando esclarecer todos os detalhes da atuação da quadrilha e identificar outros possíveis envolvidos. Apesar da violência envolvida nos confrontos, as autoridades ressaltam o êxito da operação em neutralizar uma ameaça significativa à segurança pública. A Deicor apreendeu um considerável arsenal que incluía além de explosivos e munições de alto calibre, itens usados para inibir ações policiais e também facilitar a ação dos criminosos, tais como uniformes e equipamentos de comunicação. A investigação confirmou a suspeita de que a quadrilha utilizava as redes sociais para exibir seu arsenal e desafiar a força policial, com postagens que se referiam a tomar o controle do estado do Rio Grande do Norte e também sua auto-intitulação de 'Novo Cangaço'. O vasto material apreendido evidencia a capacidade bélica e o grau de organização e planejamento da quadrilha em seus ataques e atividades criminosas.
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