Adolescente potiguar com leucemia busca doador de medula óssea

Com leucemia, potiguar de 14 anos faz campanha em busca de doador de medula óssea

Bernardo Barreto de Oliveira, um adolescente potiguar de 14 anos, enfrenta uma batalha contra a leucemia aguda desde 2023 e lançou uma campanha nas redes sociais em busca de um doador compatível de medula óssea.

A iniciativa ganhou impulso recentemente, com Bernardo enfatizando em suas mensagens que, mesmo que um potencial doador não seja compatível com ele, sua doação poderá salvar a vida de outras pessoas que aguardam por um transplante. Além disso, é importante lembrar que o Rio Grande do Norte garante meia-entrada para transplantados e doadores em eventos culturais e esportivos.

De acordo com dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), em abril de 2025, 53 pacientes no Rio Grande do Norte aguardavam por um doador compatível, apesar dos 86 mil doadores já cadastrados no sistema. A chance de compatibilidade é baixa, estimada em um doador para cada 100 mil pacientes, reforçando a urgente necessidade de novos cadastros.

Como se cadastrar como doador

O cadastro para doação de medula óssea pode ser realizado no Hemonorte, com unidades em Natal, localizadas na Avenida Alexandrino de Alencar, no Tirol. O processo envolve uma simples coleta de sangue para avaliação da compatibilidade.

José Leonardo Lucena, pai de Bernardo, destaca um ponto crucial: a importância de manter o cadastro atualizado no Redome. Muitos doadores compatíveis podem não ser encontrados devido a informações desatualizadas de contato, como números de telefone incorretos ou mudança de endereço. "Às vezes a pessoa é compatível, o Redome faz contato com a pessoa, mas não consegue porque o número de telefone está errado lá, porque a pessoa já se mudou e não mora mais naquele endereço", explicou o pai.

A luta contra a leucemia

A jornada de Bernardo contra a leucemia começou em 2023, com dores em um tornozelo inicialmente atribuídas à prática de judô e futebol. O diagnóstico de leucemia, após um mielograma, foi um choque para a família. "Pra gente o chão abriu. A princípio ele foi diagnosticado com artrite, mas posteriormente fez um mielograma [exame na medula óssea] e foi identificada a leucemia. E de lá pra cá a gente faz o tratamento", relatou Monalisa Barreto, mãe de Bernardo.

Após o início do tratamento, Bernardo retornou às aulas, recebendo uma acolhida calorosa de colegas e professores. Entretanto, em 2025, houve uma recidiva da doença. "Desde que a gente recebeu o diagnóstico da recidiva [recaída] nossa vida virou um turbilhão, porque a doença não espera, a gente tem que correr. Desde então a gente está com Bernardo 24 horas envolvido com isso", descreveu a mãe, Monalisa. A história de Bernardo nos lembra de outros casos, como o do paciente da Casa Durval Paiva que conquistou vaga no IFRN em meio ao tratamento de leucemia.

Apoio nas redes sociais e apelo à doação

A família utiliza as redes sociais para ampliar o alcance da campanha, buscando um doador compatível e correndo contra o tempo. Monalisa expressa a esperança de que a doação de medula óssea seja um ato pequeno para o doador, mas com um significado enorme para a vida de seu filho. "Para a pessoa que vai lá se cadastrar e ser um possível doador vai ser um incômodo tão pequeno, uma coisa tão simples, e com certeza vai ser uma memória que essa pessoa vai guardar pra sempre, porque ela vai estar salvando uma vida e dando uma oportunidade pro meu filho crescer, se tornar adulto", declarou a mãe.

Além do apelo por doadores, a família também recebe mensagens de apoio e histórias inspiradoras de outras famílias que passaram por situações semelhantes. "A gente já teve contato de alguns pais trazendo depoimentos belíssimos de hoje filhos que já são adultos, de adolescentes que foram transplantados, de pessoa que teve a sua vida totalmente restabelecida, que os filhos estão saudáveis", contou Monalisa. "Isso aquece a nossa fé e nosso coração, de ter a certeza que nosso filho vai ficar bem".

Requisitos para doação

Para se cadastrar como doador de medula óssea, é necessário atender aos seguintes requisitos: ter entre 18 e 35 anos; não apresentar doenças infecciosas, incapacitantes, neoplásicas (câncer), hematológicas (do sangue) ou do sistema imunológico.

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