MPRN obtém condenação de líderes do PCC por lavagem de dinheiro na Operação Plata

Operação Plata: MPRN obtém condenação de réus em esquema articulado no RN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve mais uma sentença condenatória no âmbito da Operação Plata, que investiga uma organização criminosa dedicada à ocultação de recursos provenientes do tráfico de drogas, liderada por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações, iniciadas em 2019, utilizaram medidas cautelares como interceptações telefônicas, quebras de sigilo e busca e apreensão, culminando na deflagração da operação e no oferecimento de diversas denúncias criminais.

A decisão judicial condenou Valdeci Alves dos Santos, Maria do Nascimento dos Santos, Siderley Nogueira de Medeiros e Valdinaldo Fernandes de Araújo pelos crimes de lavagem de capitais e associação criminosa. O MPRN debate políticas públicas prioritárias com gestores municipais do RN.

Liderança e atuação no esquema

De acordo com a sentença, Valdeci Alves dos Santos desempenhou um papel de liderança no esquema, sendo reconhecido como um dos principais membros do PCC fora do sistema prisional. Considerado a segunda maior liderança do PCC em liberdade no país até sua prisão em 2022, Valdeci coordenava a movimentação e dissimulação de valores ilícitos. Ele utilizava familiares e terceiros para a aquisição de bens, transações imobiliárias e distribuição de dinheiro em espécie.

A Justiça reconheceu 17 atos de lavagem de dinheiro atribuídos a Valdeci, condenando-o a 7 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado. Ele já cumpre pena por outras condenações e foi investigado por envolvimento em planos de resgate de lideranças do crime organizado. A Polícia investiga se suspeito foi executado pelo 'Tribunal do Crime' do PCC.

Condenações dos demais envolvidos

  • Maria do Nascimento dos Santos: Irmã de Valdeci, foi condenada a 10 anos e 9 meses de reclusão em regime fechado por simular a compra e venda do “Sítio Firmeza” e receber valores em espécie sem comprovação de origem, auxiliando na ocultação patrimonial do irmão.
  • Siderley Nogueira de Medeiros: Advogado e procurador do município de Jardim de Piranhas, foi condenado a 6 anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto por atuar como operador financeiro do grupo. Parente de Geraldo dos Santos Filho, movimentou elevadas quantias de origem ilícita através de depósitos fracionados e administração de dinheiro em espécie. Foi reconhecida sua participação em associação criminosa, com direito de apelar em liberdade.
  • Valdinaldo Fernandes de Araújo: Conhecido como “Novinho”, foi identificado como operador financeiro de Valdeci na região do Seridó. Mantendo uma relação de confiança com o líder do PCC, movimentava grandes volumes de dinheiro em espécie, negociava veículos e utilizava contas bancárias para dissimular a origem dos recursos. Valdinaldo esteve foragido por quase dois anos, sendo capturado em novembro de 2024 durante a Operação Argento. Foi condenado a 9 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado, com manutenção da prisão preventiva e sem direito de recorrer em liberdade.

Detalhes da Operação Plata

A Operação Plata revelou um esquema de lavagem de dinheiro com base familiar, utilizando empresas, imóveis, igrejas e contas bancárias de terceiros para dar aparência de legalidade a recursos ilícitos provenientes do tráfico de drogas e da atuação do PCC. O MPRN recomenda interdição de ala no Complexo Penal de Mossoró devido a condições inadequadas.

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