Um grave acidente de trânsito em Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte, resultou na morte de um motociclista na manhã deste sábado (22). José Martins Veras Neto, de 59 anos, voluntário da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), foi a vítima fatal.
O incidente ocorreu por volta das 6h20 na Avenida Abel Coelho, no bairro Abolição III. Segundo relatos, um carro em alta velocidade colidiu na traseira da motocicleta de Veras, arremessando-o violentamente contra o para-brisa do veículo e, posteriormente, ao chão. O motociclista não resistiu aos ferimentos e morreu no local, antes da chegada do socorro médico. A cidade de Mossoró tem sido palco de diversos incidentes, como o recente caso onde um empresário Christian Noronha foi assassinado a tesouradas em Mossoró.
Câmeras de segurança registraram o momento do impacto. As imagens mostram a violência da colisão e o arrasto da moto por cerca de 23 metros após o impacto inicial.
De acordo com o perito do Itep, Paulo Oliveira: “Justamente pelos veículos estarem no mesmo sentido e terem apresentado danos tão grandes, isso sugere que o carro vinha em uma alta velocidade. Uma precisão maior nós poderemos dar a partir da análise do cálculo da velocidade, a partir das marcas de frenagem”.
José Martins Veras Neto, no momento do acidente, dirigia-se a supermercados da cidade para coletar doações de alimentos para a Apae. Banners e cartões de doação da instituição ficaram espalhados pelo local do acidente, evidenciando sua dedicação à causa. O MPRN garante tratamento odontológico para pessoas com deficiência em Mossoró, mostrando a importância do apoio a essas instituições.
O motorista do carro foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Plantão. Ele se recusou a realizar o teste do bafômetro. A Polícia Civil informou que o condutor foi autuado por homicídio culposo, com fiança estabelecida para que possa responder ao processo em liberdade.
O delegado de plantão, Caetano Baumman, explicou a dificuldade em comprovar a embriaguez do motorista diante da recusa em realizar o teste do bafômetro. “Para que isso fique caracterizado legalmente é necessário que a gente tenha uma base legal, subsídios pra enquadrar ele nesse artigo”, esclareceu Baumman. O delegado complementou: “A gente não teve como fazer isso, porque, além da recusa do bafômetro, eu perguntei ao pessoal do trânsito se eles não poderiam fazer um laudo – porque existe essa previsibilidade legal – constatando a embriaguez da pessoa. Só que o pessoal do trânsito disse que não fazia nesse caso por que eles só fazem esse laudo quando eles constatam visivelmente que aquela pessoa estava embriagada, o que não era o caso, segundo a versão deles”.
Apesar da ausência de comprovação de embriaguez, o delegado Baumman ressaltou a imprudência do motorista ao analisar as imagens do acidente: “Analisando as câmeras do acidente, foi um acidente brutal, que se reveste de irresponsabilidade, até porque a questão da aquaplanagem dava pra ter visualizado a pessoa do motociclista antes”. A situação do Hospital Tarcísio Maia em Mossoró também é preocupante, com o MPRN recomendando ações para conclusão de reformas.
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